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SC-418

Deinfra descarta áreas de escape como medida de segurança na SC-418

Muros de aço e concreto são alternativa para a Serra Dona Francisca

07/04/2015 - 21h39min

Atualizada em: 07/04/2015 - 21h39min


Salmo Duarte / Agencia RBS
Local onde ônibus passou reto na curva, despencando de uma altura de 120 m

As chamadas áreas de escape, planejadas para forçar a desaceleração de veículos desgovernados em trechos de descida acentuada nas rodovias, estão praticamente descartadas como medida de segurança a ser implantada na Serra Dona Francisca (SC-418) em Joinville.

O recurso, que já existe na BR-376, no Paraná, passou a ser avaliado como uma possibilidade para a Dona Francisca após o acidente com um ônibus de turismo que deixou 51 mortos no dia 14 de março. Mas a instalação de um ou mais equipamentos semelhantes no trecho onde ocorreu a tragédia é considerada inviável pelo engenheiro Adalberto de Souza, responsável pela gerência de obras e transporte do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) do Estado.

Por meio da assessoria de comunicação do órgão, o engenheiro apontou que as curvas da Serra Dona Francisca têm ângulos de 90º e, portanto, são muito estreitas para a implantação do equipamento.

A BR-376, observou o engenheiro, é mais larga, tem até três pistas e por isso suporta a estrutura _ trata-se de uma área de recuo construída paralelamente à pista, preenchida por bolinhas de argila expandida, com profundidade inicial de 15 centímetros e final de 1,2 metro (os veículos desgovernados, normalmente caminhões sem freios, acabam parando forçadamente após serem desviados para o recuo, sem maiores danos).

Medida mais compatível com o trecho, avalia a gerência de obras e transporte, seria a instalação de muros de aço e concreto nas curvas para impedir que veículos pesados despencassem nas ribanceiras, a exemplo do que ocorreu com o ônibus de turismo.

Interessado em se certificar da viabilidade das áreas de escape e de outros dispositivos de segurança na Dona Francisca, o deputado estadual Darci de Matos (PSD) articula uma reunião com o presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, para estudar alternativas, nos próximos dias. No início da semana, o parlamentar conversou com o presidente da CDL em Joinville, Luiz Kunde, que defendeu as áreas de escape como solução para os acidentes.

_ Alguma coisa precisa ser feita. Lombada eletrônica, por exemplo, não pode por causa do impasse em todo o Estado _ alertou, em referência ao entrave judicial no que diz respeito à fiscalização eletrônica das rodovias estaduais.


Projeto de sinalização sai nesta quarta-feira

O superintendente do Deinfra na região Norte, Ademir Machado, diz que vai nesta quarta-feira a Florianópolis buscar o projeto que prevê a revitalização das sinalizações vertical e horizontal no trecho da Serra Dona Francisca. É prevista a instalação de tachões (olhos de gato) e tachinhas (tartarugas) no percurso, além de novas placas e pintura.

A partir do projeto, observa o superintendente, o Deinfra poderá estimar prazos. Trabalhos de roçada já têm sido feitos e serão contínuos ao longo da rodovia. A troca de lâmpadas, diz Ademir Machado, será providenciada neste mês. Árvores no trecho ainda vão receber poda para não obstruírem a iluminação. Outras frentes também são avaliadas para dar mais segurança aos motoristas, entre elas, o alargamento da
pista no trecho próximo ao posto da Polícia Rodoviária Estadual.

Segundo o representante do Deinfra, o alargamento permitiria que caminhoneiros parassem para verificar a situação dos pneus e dos freios antes da descida da serra (há motoristas que já fazem  o procedimento).

_ Em princípio, nos parece uma medida viável e que não seria cara. Até mesmo a instalação de uma torre de celular pode ser recomendada pelo Deinfra futuramente. Apenas uma empresa de telefonia tem sinal na região, o que pode dificultar nos pedidos de socorro.  Quanto às áreas de escape, Ademir Machado reconhece a dificuldade.

_ Realmente, isto requer um estudo de engenharia. De repente, não se pode fazer fugas, mas há outras medidas a serem adotadas. Isto é a engenharia quem vai dizer. Vamos ampliar a discussão - diz.

 



 


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