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Inter decide vaga à final com Brasil-Pel apostando em boa fase de William

Time de Diego Aguirre recebe o Xavante pelo jogo de volta da semifinal do Gauchão - a ida, no Aldo Dapuzzo, terminou em 1 a 1

19/04/2015 - 09h02min

Atualizada em: 19/04/2015 - 09h02min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
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Internacional / Divulgação
Lateral (à direita) de 20 anos fez parte de grupo social em Pelotas e teve a avó como maior incentivadora da carreira

A missão de Maria Vanilda e Everton Gantes Soares, o Mozo, estará concluída às 16h deste domingo, quando William, 20 anos, entrar em campo com a camisa do Inter, no Beira-Rio, para o jogo contra o Brasil-Pel.

Maria Vanilda, 58 anos, é avó do lateral colorado. Mozo, ex-professor, lidera um grupo social, em Pelotas - onde o jogador nasceu, que tenta manter cerca de cem guris longe das drogas e da marginalidade. William já foi um deles.

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As histórias de Maria Vanilda e Mozo se cruzaram quando William, com nove anos, foi levado à Associação Desenvolvimento de Formação de Cidadão Galera. Por conta de um desentendimento com a mãe, auxiliar de limpeza em uma empresa de transporte de Pelotas, o garoto passara a morar com a avó. Mesmo dividindo-se entre faxinas diárias e a tentativa de finalizar o Ensino Médio, Maria Vanilda aceitou cuidar do garoto. Gostava dos outros sete netos, mas tinha um carinho diferenciado por William.

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Do pai, o filho já não recebia atenção havia tempos. A rua e as más companhias se mostravam atrativas. Vanilda procurou Mozo, apresentou William ao professor de Educação Física e o orientou a ocupá-lo durante todo o dia dentro do Galera. Mozo atendeu à solicitação e virou o segundo pai de William. De segunda a sexta, o guri deixava a casa da avó cedo da manhã e voltava às 23h.

- Eu queria colocá-lo na escolinha para tirá-lo da rua. William estava indo para um caminho errado - lembra Maria Vanilda.

Os primeiros fundamentos da bola foram aprendidos com Mozo. Primeiro, William foi volante. Habilidoso e esperto, atuava contra os infantis, embora fosse mirim. Foi recomendado ao Grêmio por um amigo do professor. No Olímpico, "ganharia um carinho". Não vingou. Mozo não desistiu e partiu para o Interior em busca de um novo clube. Por ser amigo de Jonas da Rosa, coordenador das escolinhas do Juventude, conseguiu uma vaga para o garoto no Alfredo Jaconi no início de 2005. Como volante, William chegou a anular Yuri Mamute em um torneio de verão em que o clube caxiense derrotou o Grêmio. Com bom toque de bola, virou armador. Não era um camisa 10, mas pifava os companheiros com "assistências ao estilo de D'Alessandro", conta Mozo. 

- A avó teve de ir junto, acredita? Conseguimos um emprego para a Vanilda ficar perto do neto. Ela cuidava de outros garotos, trabalhava no clube e tinha onde morar. Largou tudo em Pelotas - recorda o ex-professor.

- Ele era muito arteiro. Pensei: ou eu vou junto ou ele não vai ser nada na vida. Vai andar com os outros maiores que ele e vai se perder. Eu dediquei minha vida a ele - emociona-se a avó.

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Dedicou mesmo. Vanilda ficou três anos em Caxias do Sul. Outros três em Porto Alegre, quando William passou a atuar na lateral direita da base do Inter. Tudo isso entre 2005 e 2011.

Quando William encontrou Pâmela, Vanilda soube que poderia votar para casa. Casado, o neto não teria mais a necessidade de contar com a avó à disposição. Hoje, a avó acompanha o neto pela televisão e, evangélica, intercede por ele em vigílias e corrente de oração.

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Neste domingo, além de Vanilda, a mãe, Eliane, e os sete irmãos, Michael, Guilherme, Juliane, Amanda, Gustavo, Mariana e Gabriele assistirão o desempenho de William. A tarde promete ser emocionante.

- Passa um filme na minha cabeça, o coração quase sai pela boca. Eu sempre dizia para o William que minha missão na Terra era fazer ele jogar às 16h de um domingo. Ele não entendia - conta Mozo.

A partir deste domingo, William passará a entender.

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