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Terremoto no Nepal

"Mãe, estou bem. Muitos turistas mortos", diz brasileiro que viveu terremoto no Nepal

Jovem de 26 anos conseguiu fazer contato com sua família em Porto Alegre

26/04/2015 - 15h17min

Atualizada em: 26/04/2015 - 15h17min


Rodrigo Lopes
Rodrigo Lopes
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Tela do celular mostra troca de mensagens
Foto: Arquivo pessoal FOTOS: prédios e templos são destruídos pela natureza no Nepal



Em mapa, veja o local do terremoto:

Arquivo pessoal / Reprodução
Rafael Freitas e Fabiano Fortes em foto tirada antes da tragédia

Uma troca de mensagens que não durou mais do que dois minutos no Facebook:

- Mãe, tô bem, não sofri nenhum risco, pois saímos para o festival 15 minutos antes do terremoto. A coisa foi feia. Triste mesmo. As pessoas se lascaram feio. Muitos turistas mortos também.

Encerrava-se assim um dia de espera em Porto Alegre. Rafael Freitas, de 26 anos, quebrava, pelo celular, o silêncio. Estava em Katmandu, a capital do Nepal destruída pelo terremoto que atingiu o país no sábado. Foram poucas sequências de mensagens pelo celular, uma vez que o acesso à internet e à rede de telefonia está dificultado.


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- Graças a Deus mandou notícia - diz a mãe, Denise Ribeiro, 54 anos, funcionária do Tribunal Regional do Trabalho.

O filho continua:

- Estamos em alerta. Previsão de mais um terremoto.

Há seis anos morando em Dee Why, na Austrália, Rafael viajou no dia 12 de abril para o Nepal com os amigos, os também brasileiros Fabiano Fortes e Gabriel Ludwig. A ideia era participar de um festival de música chamado Universal Religion, no interior do país. Quando o primeiro tremor aconteceu, eles estavam a caminho do evento, que ocorreria no pé de uma montanha a duas horas de Katmandu. A distância da cidade pode ter salvado os brasileiros.

- Onde estão é seguro? - pergunta a mãe.

- É uma casa bem segura. E estamos acampando fora dela - conta Rafael.

- E comida? Água - questiona Denise.

- Estamos nos virando nos 30. E ajudando os nepaleses - diz, em seguida.

Rafael conta que perderam o festival e todo o equipamento. Mas comemora:

- Estamos vivos.

No curto diálogo, ele relata que está com os amigos, em uma casa "forte" nos arredores de Katmandu, a região mais atingida:

- Estamos numa casa, casa bem forte mesmo. E estamos acampando no jardim. Vai ser difícil muito contato agora.

Denise pergunta se os outros brasileiros já fizeram contato com as famílias:

- Já, todo mundo rapidinho pelo wi-fi.

A conversa termina com uma mensagem da mãe:

- Graças a Deus vocês estão bem. Tive um insight ontem, antes de saber do terremoto, que tu estava ajudando pessoas. Rezei por isso, é para que estivessem bem. Te amo muito.

Terremoto no Nepal

Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o Nepal por volta do meio-dia de sábado no horário local (pouco depois das 3h no horário de Brasília) e provocou mais de 3,7 mil mortes, segundo relatórios preliminares das autoridades divulgados no começo da madrugada de segunda-feira. O número é parcial, já que equipes de resgate continuavam trabalhando entre os destroços deixados pelo pior tremor registrado em oito décadas no país.

O abalo foi sentido no Himalaia, onde provocou avalanches que mataram montanhistas, e em países próximos como Índia e China - onde também provocou mortes. Casas e construções históricas foram destruídas pela violência do terremoto. A torre de Dharara, construída em 1832 na capital nepalesa, Katmandu, não resistiu e desabou.


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