Esportes



Entrevista

Washington garante que Caxias irá arriscar para ter chances de acesso à Série B do Brasileiro

Dirigente considera que faltou respaldo no Gauchão e vê na Série C a chance de salvar o ano

24/04/2015 - 17h37min

Atualizada em: 24/04/2015 - 17h37min


Diogo Sallaberry / Agencia RBS
Washington promete montar um time com condições de conquistar o acesso no segundo semestre

De ídolo a principal alvo das críticas da torcida grená após o rebaixamento no Gauchão, Washington Stecanela Cerqueira quer ser o Coração Valente mais uma vez. Longe de pensar em desistir, o vice-presidente de futebol diz estar disposto e confiante que irá dar mais uma volta por cima dentro do futebol, sabendo que para isso precisa apenas uma coisa: o acesso à Série B nacional.

Confira o vídeo da entrevista:


Em entrevista à Editoria de Esportes do Pioneiro, Washington deixou claro que não irá medir esforços para conduzir o clube na Série C. As contratações de Souza e Leandro Euzébio são as primeiras daquilo que ele chama de "espinha dorsal" do Caxias, que terá, finalmente, a cara que ele imaginou e não conseguiu dar no Estadual.

Em uma hora de bate-papo, ele falou também sobre a frustração do projeto iniciado com Paulo Turra e Alex Brasil, a falta de respaldo de outras lideranças do clube na disputa do Gauchão e a necessidade de ir além do que já foi feito em todas as disputas anteriores da Série C para ter chances reais de conquistar o acesso.

Antes de ler a entrevista completa na edição deste final de semana do Pioneiro, confira abaixo os principais trechos da conversa.

Culpa pela queda

- Não tiro minha responsabilidade no Gauchão, mas agora sim é o Washington quem está assumindo de vez a montagem do time. No Gauchão, eu tinha uma limitação financeira e paguei uma conta que era anterior. Pois pode ver que qualquer time grande, quando cai, é sempre resultado do trabalho de anos anteriores, em que os resultados vêm mal e uma hora estoura. Infelizmente, eu estava ali quando a conta chegou.

- Como a porrada foi toda em cima de mim, agora tomei outra postura. Sobre a montagem do time, quero ser cobrado a partir da Série C. Desde que assumi eu falei que minha meta era a Série C. Claro que eu não esperava esse desastre todo, imaginava outra situação, mas meu planejamento continua. Agora estou colocando o meu dedo e as coisas vão começar a acontecer. Virão jogadores que eu conheço e tenho confiança.

Parcerias com grandes clubes

- O que ouvi nos clubes onde tenho boa relação e pedi ajuda foi que no primeiro semestre seria mais difícil. Eles disputam Estadual, Copa do Brasil, Libertadores, e por isso utilizam mais jogadores. No Brasileiro, o grupo é mais reduzido e por isso fica mais fácil ter essa conversa. Vou visitar o Fluminense e o Flamengo e quero resolver algumas situações. Mas eles precisam me passar jogadores capazes de comprar a briga de disputar uma Série C. Só que jogadores desses clubes, se vierem, serão complementos, não são os da espinha dorsal que eu quero formar para resolver o problema do Caxias. 

Sobre a saída de Paulo Turra

- Eu acreditava muito no Turra. Ele fazia treinos muito bons, é muito bom nisso. Mas há outras coisas envolvidas, como a questão física dos atletas e também de relacionamento. Fizemos reuniões com o grupo, perguntamos se queriam a troca no comando e eles disseram que não. Por isso o Turra permaneceu. Só que o time continuou sem vencer, mesmo a gente tentando dar a volta por cima a cada jogo. Chegou um momento em que achamos que era preciso dar um novo ânimo. Falei com o Turra que era uma decisão difícil, mas era preciso pensar no clube, que ainda era possível salvar. Por isso decidimos pela saída dele.

- Os resultados hoje mostram que poderia ter sido antes, mas na hora, vendo como o trabalho estava sendo feito, a gente sempre achava que a vitória viria no próximo jogo. Queria dar um tempo a mais para ele e a chance de dar a volta por cima.

A hora é de arriscar

- A grande salvação para o Caxias é o acesso. Depois disso se faz uma reformulação, muda-se a cabeça das pessoas. Estamos tentando inverter a situação. Vamos trazer jogadores, formar um bom time e assim trazer o sócio e os apoiadores de volta. Vamos ter que arriscar. Na situação do Caxias hoje, é o que precisamos. Não adianta fazer outro time de R$ 200 mil por mês, trazendo um jogador daqui e outro dali para se manter na Série C e o sufoco se manter o mesmo, o sócio se manter longe e ficar tudo a mesma coisa. Estamos fazendo o mesmo feijão com arroz há dez anos. Agora o que vou fazer é montar um time para subir e isso vai trazer o torcedor de volta.

 


MAIS SOBRE

Últimas Notícias