Velocidade



De Fora da Área

Paulo Lava: Mônaco, a mais nobre das provas

Pesquisador em automobilismo relembra curiosidades e o retrospecto brasileiro no mais tradicional circuito da Fórmula-1

23/05/2015 - 06h01min

Atualizada em: 23/05/2015 - 06h01min


No próximo domingo, as atenções dos automobilistas estarão voltadas para o Grande Prêmio de Mônaco, prova válida pela sexta etapa da Fórmula-1. A corrida no Principado de Monte Carlo - cidade com apenas 10 bairros, distribuídos em dois quilômetros quadrados, verdadeiro paraíso debruçado sobre a região conhecida como Cote D'Azur (sul da França) - é mais antiga do que o próprio campeonato Mundial de Fórmula-1.

Com o tempo, a velocidade aumentou e, portanto, correr no Principado tornou-se uma louca aventura. Não adianta reclamar que a média é baixa - em torno de 140 km/h - ou que existem curvas extremamente lentas ao longo dos 3.340 metros do circuito urbano. Paradoxalmente, os carros passam dos 200 km/h em determinados trechos - alguns conseguem atingir quase 300 km/h no trecho final do túnel. Mas nunca se esqueça que este trecho e os demais não são propriamente 'retos' e que, neles - como, aliás, em todo o circuito -, dentro do monoposto, o piloto tem a impressão de estar sufocado. Motivo? Muros e guard-rails por todos os lados. Por sinal, exatamente estas dificuldades - ao menos em Mônaco - demonstram que o automobilismo ainda é feito de piloto, carro com quatro rodas, câmbio, acelerador e volante.

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Todo piloto sonha em triunfar neste GP. Chega a dar a impressão de valer mais pontos do que as outras corridas do calendário. Mas se existe um mérito individual em vencer uma corrida de tantos obstáculos, há também o imponderável: é como as bolinhas girando nas roletas do suntuoso Monte Carlo Casino: os fatores "sorte" e "azar" sempre devem ser levados em conta -e podem tirar uma vitória quase certa. Quase todos os pilotos, dos mais talentosos, aos trapalhões, em alguma fase da carreira erraram no GP de Mônaco.

Claro que os pilotos brasileiros estão inseridos neste contexto. Porém, o que fica mesmo são as memórias das seis vitórias de Ayrton Senna e os exatos 14 pódios - segundo e terceiro lugares - obtidos por José Carlos Pace, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello e Felipe Massa entre 1972 e 2009. Desde já, portanto, na torcida que o 'score' aumente e que - posto estarmos falando de uma cidade na qual o sonho de brilhar sempre é possível - , Felipe Nasr possa ser incluído nesta seleta lista.


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