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Despedida

Sergio Napp é velado na Casa de Cultura Mario Quintana ao som de suas canções

Escritor e letrista morreu nesta quinta-feira, aos 75 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória

29/05/2015 - 19h02min

Atualizada em: 29/05/2015 - 19h02min


Gustavo Foster
Gustavo Foster
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Ricardo Duarte / Agencia RBS
Personalidades da cultura e da política do Rio Grande do Sul encheram a sala de entrada da CCMQ no velório de Sergio Napp

Em seu velório, Sergio Napp recebeu uma homenagem do tamanho de sua obra. A cerimônia desta sexta-feira começou no Cemitério São Miguel e Almas, mas no meio da tarde foi transferida para a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), espaço cultural que o escritor e letrista ajudou a erguer. Com a sala de entrada lotada de familiares, amigos e colegas, a despedida contou com apresentação do grupo Canto Livre, do qual Napp fez parte.

Das 15h às 17h, o primeiro andar da CCMQ recebeu dezenas de pessoas - entre elas, personalidades da cultura e da política gaúcha, como o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), o secretário da Cultura do Estado Victor Hugo, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-senador Pedro Simon (PMDB) e os membros do grupo Canto Livre, no qual Sergio Napp produziu boa parte de seu repertório musical. Após a cerimônia, o corpo de Napp seria cremado em Viamão, no Crematório e Cemitério Parque Saint Hilaire, em cerimônia fechada para a família.

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Pouco depois das 16h, os membros do Canto Livre, liderados por Jair Kobe (que hoje faz sucesso com o personagem Guri de Uruguaiana), circundaram o caixão e cantaram composições de Napp. A primeira foi Desgarrados, vencedora da Calhandra de Ouro na Califórnia da Canção Nativa, em 1981 - cantada em uníssono pelos presentes. Depois, ainda vieram Baile de Candieiro, o Hino Rio-Grandense, entre outras. Ao fim de uma música, Victor Hugo levantou o braço e soltou um grito:

- Valeu, Napp! O Rio Grande agradece.

Mais tarde, o atual secretário da Cultura ressaltou a importância de Sergio Napp para música, literatura e poesia gaúchas. Emocionado, lembrou que, em 2010, foi convidado por Napp para gravar o CD Vivências, só com composições do letrista. Disse ainda que tinha dois vínculos importantes com ele: como amigo e como artista.

- Éramos amigos de frequentar a casa um do outro. Hoje, tive a triste circunstância de propor à família que o velório fosse na Casa de Cultura Mario Quintana. Tinha que ser aqui, por tudo que ele fez pela casa.

Canto Livre interpreta Desgarrados no velório de Sergio Napp:

Tudo porque, em 1987, Napp assumiu a direção do projeto para por de pé a CCMQ. À época, comandou a equipe que recuperou o Hotel Majestic e o transformou em centro cultural. Governador à época, Pedro Simon respondeu de maneira sucinta à pergunta sobre a importância de Napp para a cultura gaúcha:

- Olha para este prédio que tu vai lembrar dele.

Depois, o ex-governador lembrou de histórias da época:

- A ideia inicial era cada governo fazer um andar. A gente acabou achando que não ia dar certo e resolvemos fazer tudo de uma vez só. O Napp vivia, dormia aqui. Como ele estava à frente deste grupo de artistas, todo mundo acabava ajudando de alguma maneira. Os artistas faziam trabalho de pedreiro para ajudar a levantar a Casa de Cultura. Lembro de uma sexta-feira em que começou a chover muito, e ia atrapalhar as obras. Os artistas, liderados por ele, vieram aqui de noite para fazer uma canaleta e não deixar a água entrar.


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