O corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento da União, anunciado nesta sexta-feira, em Brasília, vai atingir todos os ministérios do governo federal, mas o das Cidades será o mais afetado. A economia para o ministro Gilberto Kassab será de R$ 17,2 bilhões, o que representa 54,2% de redução do que estava previsto para o ano (R$ 31,7 bilhões).

Governo federal anuncia corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento

Entre os principais programas afetados pelo corte no Ministério das Cidades está o Minha Casa, Minha Vida, que teve o orçamento reduzido de R$ 19,9 bilhões para R$ 13 bilhões. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o valor é "compatível com o esforço" de contenção de gastos e garante o término das obras que estão com ao menos 70% de andamento. As demais obras, porém, necessitarão de uma "adequação do cronograma";

- O ritmo de execução que vai ter de se adequar ao novo limite financeiro - disse Barbosa. Ele também afirmou que a previsão de gastos no programa prevê o lançamento da terceira fase do Minha Casa Minha Vida, no segundo semestre.

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Saúde e Educação

Depois das Cidades, os ministérios que aparecem com os maiores cortes são os da Saúde (R$ 11,7 bilhões), com redução de 11,4%, e Educação (R$ 9,4 bilhões), perdendo 15,1% da verba inicial. Apesar dos cortes, as duas Pastas ficaram com os orçamentos mais robustos, acima do mínimo constitucional.

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A Saúde, de Arthur Chioro, terá R$ 91,5 bilhões em 2015. Segundo o governo, os valores são suficientes para custear SUS, Mais Médicos e Farmácia Popular. A Educação, principal bandeira do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, comandada por Renato Janine Ribeiro, terá orçamento de R$ 39,3 bilhões, o que, segundo o governo, será capaz de manter programas e o funcionamento das universidades e institutos federais.

Os programas de financiamento estudantil, entretanto, não foram poupados no corte. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que o Pronatec terá novas vagas este ano mesmo com o contingenciamento, mas não tanto quando se planejava inicialmente.

Ministro garante recursos para duplicação de rodovias

Mais abaixo na tabela de corte aparece o Ministério dos Transportes (R$ 5,7 bilhões), com orçamento 36,1% menor em relação ao previsto inicialmente. Barbosa, porém, assegurou que o orçamento preservado para o Ministério dos Transportes vai garantir 100% dos recursos para que 14 obras de conclusão e duplicação de rodovias sejam terminadas. Segundo ele, nas ferrovias a prioridade será completar a Norte-Sul e o pagamento dos trilhos da oeste-leste.

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Outros ministérios que sofreram cortes significativos foram os da Defesa (R$ 5,6 bilhões), da Integração Nacional (R$ 2,2 bilhões), da Ciência Tecnologia e Inovação (R$ 1,8 bilhão), do Desenvolvimento Agrário (R$ 1,8 bilhão), da Aviação Civil (R$ 1,446 bilhão) e da Justiça (R$ 1,45 bilhão).

Os demais ministérios, somados, terão uma redução de R$ 13,34 bilhões. Entre eles estão Esporte, Fazenda, Agricultura, Turismo, Cultura, Planejamento, Meio Ambiente, Minas e Energia, Direitos Humanos, entre outros.

* Zero Hora