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ONG busca voluntários para saírem com cães abandonados que nunca passearam

Evento acontece nesta quinta-feira, em Viamão, e pretende levar mais de 100 cães, que foram abandonados e vivem em canis de ONG, para passear

02/06/2015 - 20h59min

Atualizada em: 02/06/2015 - 20h59min


Greyce Vargas
Greyce Vargas
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Ricardo Duarte / Agencia RBS

Ao perceber que os animais que vivem na ONG 101 Viralatas não expressavam reação ao ver uma guia, a presidente Aline Orestes Vieira viu que era hora de fazer os cães balançarem o rabo e latirem de felicidade. Foi assim que, em 2010, 24 voluntários levaram, pela primeira vez, os animais que foram abandonados e vivem nos canis de um sítio, em Viamão, para um passeio divertido. Cinco anos depois, em maio passado, o segundo evento contou com 65 voluntários e, quinta-feira, dia 4 de junho, na terceira edição, mais de cem pessoas são esperadas para dar essa alegria aos 300 cães que ainda aguardam para dar uma voltinha.

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Sansão tem oito anos e é um dos que nunca tinha passeado. Durante a vida toda esteve atrás dos muros da ONG. Ele, Sassá, Bolinha e Smile passearam pela primeira vez ontem e foram os modelos para chamar a atenção de novos voluntários. Quem se inscrever para o evento do dia 4 de junho, pode mudar a realidade dos outros colegas que ainda aguardam a chance.

- Quando eles experimentaram a sensação de caminhar na rua com um companheiro voltam diferentes, abanam o rabo contentes, até parece que esquecem a situação de abandono que já viveram antes de vir para a 101 - diz Aline.

O trajeto é curto. A turma que se inscreveu sai da ONG, passa por quatro quadras e se reúne na Praça Florença, no bairro Santa Cecília, o mesmo da entidade.

O vira-lata Sassá conhece bem o lugar. Foi resgatado lá em 2005 quando o lugar era conhecido como "lixão" e estava longe de ser o que é agora, florido, com brinquedos e limpo.

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Morar na ONG é bom. Lá eles recebem o cuidado de voluntários como o estudante Lucas Teixeira, que dá banho e ajuda a dar remédios aos que precisam, e do marido de Aline, Rogério, que faz de tudo, desde levá-los ao veterinário até apartar as eventuais brigas. Mas, todos os dias, os animais "lembram" que o lugar deveria ser apenas uma casa de passagem. Poucos tiveram a oportunidade de sair dali para viver com pessoas que vão cuidá-los de verdade.

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Há um mês, Smile achou que ganharia um lar, mas foi devolvida uma semana depois. A ideia de ter um cão em casa nem sempre vem acompanhada da responsabilidade que é viver com um amigo de quatro patas:

- Nós entrevistamos os candidatos que desejam adotar. Mas nem sempre dá certo. Tudo o que queremos é que eles não sejam abandonados de novo.

Smile também testou o trajeto de de quinta-feira, na tarde de ontem. Diferentemente dos outros três companheiros de caminhada, não pediu colo. A língua de fora não era um pedido de água. Era quase um sorriso de agradecimento.

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