Porto Alegre



Ato em Porto Alegre

PM ameaça manifestantes com arma depois de furar bloqueio em protesto

Confusão aconteceu durante manifestação contra a redução da maioridade penal, no centro da cidade

30/06/2015 - 17h59min

Atualizada em: 30/06/2015 - 17h59min


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Policial estacionou o carro na Avenida Mauá e voltou armado

Uma confusão atrapalhou o protesto de movimentos sociais contra a redução da maioridade penal, realizado na manhã desta terça-feira no centro de Porto Alegre. Dezenas de manifestantes bloquearam a Avenida Mauá para dar visibilidade ao ato, por volta das 10h. Um dos primeiros veículos bloqueados acabou avançando contra o grupo. Depois de atravessar o bloqueio, o motorista, identificado como um policial militar, desceu do carro com uma arma em punho.


- Como algumas pessoas o xingaram, ele desceu armado. Ele nos xingou, disse que não tínhamos o direito de bloquear a avenida e nos chamou de baderneiros. Fizemos um bloqueio de 15 a 20 minutos. Esse é o tempo que se perde em congestionamentos na cidade. Estávamos chamando atenção para algo muito maior - relatou Guly Marchant, que é coordenador do DCE da UFRGS e integrante do coletivo Juntos.

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Após algumas discussões, o PM embarcou de volta no veículo e foi embora. Ninguém ficou ferido.

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- Perguntamos aos manifestantes se eles queriam ir à delegacia prestar queixa. Não quiseram. Já o motorista, que é um PM cedido a uma secretaria governamental e estava à paisana, disse que iria fazer registro na delegacia por dano ao patrimônio. Ele estava em uma viatura discreta, e o carro foi chutado e teve o retrovisor quebrado. Ele pegou a arma porque vinham uns 10 para cima dele - afirmou o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Francisco Vieira.

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Assim que o PM partiu, pneus foram espalhados na via, e em seguida foi ateado fogo no material. Câmeras de vigilância flagraram o responsável pela ação. Um pouco mais tarde, a Brigada Militar abordou um homem que estava em um carro na Avenida Salgado Filho com a Rua Marechal Floriano Peixoto e o encaminhou à 3ª Delegacia de Polícia para ser responsabilizado pelo fogo nos pneus.

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A Corregedoria da Brigada Militar foi contatada para analisar a atitude do PM que apontou sua arma para os manifestantes. O órgão informou que pretende comentar o caso a partir da quarta-feira.


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