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Desenho Tático

Confira o duelo de estratégias que pode decidir o novo campeão da Copa América

Chile e Argentina decidem a competição às 17h deste sábado

04/07/2015 - 08h01min

Atualizada em: 04/07/2015 - 08h01min


André Baibich
André Baibich
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Montagem sobre fotos da AFP / null

A partir das 17h deste sábado, Chile e Argentina se enfrentam na aguardada final da Copa América. No gramado do mítico Estádio Nacional, em Santiago, duelarão dois estrategistas: Gerardo "Tata" Martino e Jorge Sampaoli, ambos argentinos, sendo que o último no comando da seleção anfitriã.

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O talento de jogadores extraordinários como Messi e Agüero, ou Sanchez e Vidal, costuma decidir jogos importantes, mas o planejamento tático é igualmente preponderante. ZH mostra como os planos dos treinadores para a partida podem influir na definição do novo campeão.

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Mudança para frear Messi

Chile pode ir a campo em um 3-5-2

É do jornal chileno El Mercurio a notícia de que o técnico Jorge Sampaoli mudará o sistema do Chile e atuará em uma espécie de 5-3-2. A intenção é trocar de lado o zagueiro Gary Medel, passando-o da direita à esquerda para controlar a movimentação de Messi.

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Até aqui, o Chile vinha atuando no 4-4-2, com o meio-campo formado em losango. Medel era o zagueiro pela direita. Diante dos argentinos, porém, a tendência é de que faça dupla com Beausejour do outro lado com a tarefa de parar o craque rival.
Messi costuma destruir defesas com a movimentação em diagonal que o tira do lado direito (sua posição inicial) e o faz circular pelo campo. Um instante de desatenção dos marcadores é suficiente para que consiga um pouco de espaço _ e um pouco de espaço é suficiente para ele decidir.

Na hora de atacar, os alas Isla e Beausejour se soltariam, com Aránguiz recuando para auxiliar na saída de bola. Assim, formaria-se um 3-5-2 mais tradicional.

Medel muda para o lado esquerdo para frear Messi

O contra-ataque argentino

Pastore, Messi e Di María comandam os contragolpes

Por conta de seu poderio ofensivo, a Argentina está acostumada a enfrentar adversários que se fecham atrás e exigem paciência da turma de Martino para encontrar espaços. Não é, porém, o cenário em que os hermanos se sentem mais confortáveis.

Nos raros momentos em que tem o contra-ataque à disposição, a Argentina costuma brilhar (o Paraguai que o diga). Há abundância de jogadores com facilidade para carregar a bola em velocidade e aproveitar eventuais espaços entre as linhas - Messi e Di María são bons exemplos. A defesa, mais ajustada com a boa fase de Otamendi e a solidez encontrada já em meio à Copa do ano passado, permite que o time recue com segurança para, a partir do desarme, sair nos contragolpes.

Diante do Chile, os argentinos devem usar essa arma. Mesmo que o 5-3-2 dê a impressão de um anfitrião mais resguardado, dificilmente o time de Sampaoli abandona a marcação forte no campo de ataque e a postura ofensiva. Natural, portanto, que corra o risco de sofrer com a velocidade argentina.

O Pirlo dos Andes

Agüero terá de ser disciplinado para marcar Díaz

Camisa 21 às costas, posição recuada no meio-campo, passe qualificado para iniciar as jogadas. Guardadas as devidas proporções, Marcelo Díaz é, para o Chile, o que Pirlo costuma ser para a Juventus. O tamanho de sua influência sobre o jogo pode ser um bom termômetro de quem leva vantagem na final.

Em geral, Díaz é o primeiro volante. Começa as jogadas com lucidez e, a partir de seus passes precisos, tem início a movimentação frenética dos talentosos meias e atacantes chilenos. Na decisão, porém, deve atuar como zagueiro.

A posição diferente não significa que a função mude. Dali, ele pode ser o mesmo eficiente distribuidor de bolas. A Argentina deve ter atenção e marcá-lo de perto. Para isso, até o talentoso Agüero terá de ser exigido na marcação para que a arma secreta dos chilenos não tenha tanta liberdade.

* ZH Esportes


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