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Adulteração de alimentos

Justiça aceita denúncia contra 14 envolvidos na Operação Leite Compen$ado

O pedido do Ministério Público é referente à sétima e oitava fase da operação no Rio Grande do Sul. Réus vão responder pelo crime de adulteração de produto alimentício

29/07/2015 - 02h35min

Atualizada em: 29/07/2015 - 02h35min


Maruliê Martini / Divulgação
Coopasul teria recebido leite adulterado, segundo o MP

A Justiça aceitou, nesta terça-feira, denúncia do Ministério Público (MP) contra 14 pessoas que estariam envolvidas em crimes investigados pelas sétima e oitava fases da Operação Leite Compen$ado. Os réus vão responder pelo crime de adulteração de produto alimentício. A decisão foi do juiz de Direito da 1ª Vara Criminal do Foro de Erechim, Antonio Carlos Ribeiro.

MP denuncia mais 18 pessoas na Operação Leite Compen$ado

Também na terça-feira, a Justiça determinou o arquivamento da denúncia contra Ilário Vendrúsculo e Ivo Vendrúsculo. As denúncias foram oferecidas na última semana pela promotoria de Justiça Especializada Criminal, assinadas pelo promotor de Justiça Mauro Rockenbach, à Justiça das comarcas de Erechim e Getúlio Vargas. O MP havia denunciado 18 pessoas. Denunciados na oitava fase, Adriano Melati, Reinaldo Melati, Douglas Bonfante, Ariel Paulo Narzeti, Marcos José Baldiga e Ediovani Gleison Demarco têm prazo de 10 dias para responderem à acusação.

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Segundo o MP, entre os dias 9 e 11 de março de 2015, em Ponte Preta, os primos Melati teriam corrompido e adulterado o leite in natura com adição de água e de algum soluto para aumentar o volume da carga. O presidente da Coopasul, Ariel Paulo Narzetti, junto aos responsáveis pelo laboratório da empresa, Bonfante e Baldiga, além de Demarco, que fazia as coletas de amostras da Coopasul, teria recebido a substância alimentícia adulterada, corrompida e falsificada, destinada a consumo humano, mantendo-a em depósito para vender. Bonfante e Narzetti seguem presos desde 13 de maio com outros quatro suspeitos de crimes das duas fases da operação.

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No outro processo, os réus são Edeovar Tenutti, Vandirlei Luiz Barbieri, Neodir Soares, Eliana Maria Vendrúscolo Suzin, Amauri Rempel, Andresa Segatt, Angélica Rempel e Márcia Bernardi. Também têm 10 dias para responderem à acusação.

Conforme as investigações do MP, Eliana Maria Vendrúscolo Suzin, gerente e administradora da empresa Vendrúsculo e Cia. Ltda, e os motoristas Edeovar Tenutti, Vandirlei Luiz Barbieri e Neodir Soares teriam adulterado, falsificado, corrompido e transportado leite fraudado da localidade de Mariano Moro, até o posto de resfriamento Rempel & Coghetto Ltda.

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No local, o proprietário Amauri Rempel receberia o produto, com auxílio das laboratoristas Andresa Segatt e Angélica Rempel. As duas não teriam realizado as análises adequadas para atestar os parâmetros de controle de qualidade de matéria-prima, sob o amparo de Márcia Bernardi Monteiro, laboratorista-chefe.

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Nesse período, entre maio de 2014 e maio de 2015, outro grupo estaria envolvido no suposto esquema. De acordo com as investigações, Dionisio Pogorzelski e Jovani José Pogorzelski, proprietários da Transportes de Cargas Pogorzelski, no município de Floriano Peixoto, seriam os mentores e chefiariam os motoristas Natal Agapito Machado Filho e Clair Marcio Modkovski. Machado e Modkovski teriam participado do crime ao adulterar, falsificar, corromper e transportar o leite até a Rempel & Coghetto.

CONTRAPONTOS

Andresa Segatt,  dos postos de resfriamento Rempel & Coghetto Ltda
O advogado da laboratorista Andresa Segatt, Ramiro Kunze, disse que ela desconhece as acusações. Andresa alega ainda que não trabalha mais na empresa.

Adriano Melati  e Reinaldo Melati, sócios das empresas Transportes Melati & Bolis Ltda, Odair Melati Ltda e Transportes Delair Melati Ltda.
A advogada Jaqueline Bridi de Souza diz que Adriano e Reinaldo são inocentes, que isso será comprovado na Justiça.

Ariel Paulo Narzetti, presidente Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul)
"A gente tinha cancelado o serviço com a transportadora. Fizemos nossa parte, mas infelizmente não deu tempo".

Douglas Bonfante, laboratorista da Coopasul
O advogado de Bonfante, que está preso, João Cristovozan Zanin Zanella, diz que vai se manifestar somente em juízo.

Marcos José Baldiga, laboratorista da Coopasul
Baldiga contesta o resultado das análises coletadas. Argumenta que as amostras ficaram muito tempo armazenadas e mal conservadas, supostamente condicionando o resultado a dar errado, e que o fiscal não acompanhou o trabalho no laboratório. "Em 21 anos de laboratório, nunca vi um resultado tão absurdo."

Ediovani Gleison, responsável pela coleta de amostras na Coopasul
A advogada Jaqueline Bridi de Souza diz que o cliente é inocente e que isso será comprovado na Justiça.

Amauri Rempel, proprietário da Rempel & Coghetto Ltda, Angélica Rempel e Márcia Bernardi Monteiro, laboratoristas da empresa
O advogado Paulo Adil Ferenci, que defende os três denunciados da Rempel & Coghetto LTDA, afirma ainda não ter tomado conhecimento oficialmente da denúncia. Por isso, aguardará a oficialização das acusações para se pronunciar.

Eliana Maria Vendrúscolo Suzin, gerente da transportadora Vendrúscolo.
Não quis se manifestar sobre o caso.

Dionisio Pogorzelski e Jovani José Pogorzelski, proprietários da Transportes de Cargas Pogorzelski Ltda
Não retornaram ligações da reportagem.

Edeovar Tenutti, Vandirlei Luiz Barbieri e Neodir Soares, motoristas da transportadora Vendrúscolo; e Natal Agapito Machado Filho e Clair Marcio Modkovski, motoristas da Transportes de Cargas Pogorzelski Ltda.
A reportagem não conseguiu localizar os cinco acusados durante o dia.


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