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Luiz Zini Pires: Messi prova que não é argentino e alegra o Chile

04/07/2015 - 21h03min

Atualizada em: 04/07/2015 - 21h03min


Luiz Zini Pires
Luiz Zini Pires
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PABLO PORCIUNCULA / AFP

Messi caiu de novo no fosso dos comuns com a camisa da seleção de um país que deixou na adolescência. Messi nem parece argentino. O Barcelona é a sua nação. Entre uma camisa e outra, ele alicerça uma história. Na Espanha, Messi é Deus, quase um Pelé por gols, façanhas e títulos.

Chile vence nos pênaltis e comemora título da Copa América em casa

Na Argentina, é só um craque da eterna fábrica, dizem. Mas não é saudado por todos como o novo Maradona, embora parte do mundo diga que ele é mais, bem mais. Messi não consegue tocar em taças, dar uma volta olímpica, ganhar espaço no pódio. Tem sido assim desde a metade da década passada quando se veste de azul e branco.

Messi foi segundo na Copa do Mundo de 2014 do Brasil. Repetiu a posição um ano depois na Copa América. Sua equipe foi derrotada pelo Chile nos pênaltis. Ele marcou, mas Higuaín e Banega, displicente, perderam. Os outros também não o ajudam como Iniesta e Xavi já o fizeram.

O título do torneio é do Chile, do colorado Aránguiz, dos ex-gremistas Vargas e Beausejour e de Jorge Sampaoli, um dos melhores técnicos da América Latina. Ganhou o sábado quem observou o Estádio Nacional respirar, torcer e gritar, apoiado pela magnífica Cordilheira dos Andes. O Chile foi a melhor seleção da Copa América. Ganhou a sua primeira taça.

Nos 90 minutos, também na prorrogação, Messi foi sempre um fantasma. Esteve longe, distante, do canhoto incrível que abre as mais seguras defesas da Europa e é dono das melhores e mais célebres jogada da história recente do futebol.

O camisa 10 lidera a melhor geração argentina do Século 21. Mas não consegue mostrar que é numero 1 do mundo e do novo século quando serve seu país. Ele sofre um bloqueio, o passe sai acelerado, o drible nasce truncado e o gol é quase uma raridade. Messi perde o equilíbrio com a camisa da seleção, o que não retira um milímetro da sua qualidade e importância para o futebol.

O Messi do Barça é imprescindível. O Messi da Argentina e só um craque, um grande jogador, mas não faz falta ao mundo da bola - menos é claro para cerca de 40 milhões de argentinos.

Fico com o primeiro. O segundo não importa.


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