Olimpíada 2016



No pódio

Mayra Aguiar: "Está faltando este ouro"

Judoca gaúcha é esperança de medalha dourada no Pan de Toronto, que começa oficialmente nesta sexta

10/07/2015 - 08h02min

Atualizada em: 10/07/2015 - 08h02min


Débora Pradella
Débora Pradella
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
No ano passado, Mayra exibiu o ouro conquistado no Mundial. Agora, ela tenta a medalha dourada no Pan

Ainda faltam duas medalhas douradas para a coleção de Mayra Aguiar: a dos Jogos Pan-Americanos e da Olimpíada. A judoca gaúcha, campeã mundial e pan-americana na categoria até 78kg, conquistou a prata no Pan do Rio, em 2007, e levou o bronze em Guadalajara, 2011. Na melhor fase da carreira, Mayra está focada no objetivo de subir no lugar mais alto do pódio no Pan de Toronto. A tarefa não é simples: as rivais históricas Kayla Harrison e Yalennis Castillo serão adversárias na competição. Direto da cidade canadense, ela conversou com Zero Hora.

Você já tem um bronze e uma prata em Jogos Pan-Americanos. Qual a expectativa pela conquista de um ouro na competição em 2015?
É a minha terceira edição de Jogos, tenho o bronze e a prata e está faltando este ouro. Eu vou com esse objetivo de buscar a medalha de ouro. Lutar no Pan é bastante duro na minha categoria. Eu posso enfrentar a campeã olímpica (a americana Kayla Harrison) e a vice-campeã olímpica (a cubana Yalennis Castillo), então é uma categoria bem dura. Mas eu estou me sentindo bem, estou confiante, com bastante vontade de lutar. Em abril, eu lutei o Pan-Americano de judô e acabei saindo campeã, então eu venho em uma fase boa e a expectativa é grande. Estou preparada, com muita vontade e vou chegar tranquila para fazer uma boa competição.

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Chegar ao Pan como campeã mundial ajuda ou atrapalha?
Tem os dois lados. Tem o lado da pressão, de ter obrigação por ter um título mundial, e também o lado da confiança, de acreditar mais. E eu levei muito por esse lado desde que eu ganhei o Mundial, de ter mais confiança em mim e isso acabou me ajudando. Então acho que eu levo mais por esse lado.

Na sua categoria, você será a lutadora a ser batida. Como você está se preparando para surpreender as adversárias no tatame?
Essa questão de surpresa é importante, eu acho bom, porque realmente a gente luta muito juntas, já se conhece. Por exemplo, com a americana eu já lutei umas 14 vezes. Então a gente acaba se conhecendo bastante. Mudar um golpe ou vir com um diferente é bastante difícil, até pegar direitinho e usar na competição. Eu até consegui, no Mundial, usar aquele golpe que eu joguei a americana e joguei a francesa na final, que era um tai otoshi (quando o judoca derruba o adversário usando as mãos) de joelho, e acabou realmente surpreendendo, foi uma coisa muito boa, mas eu vinha treinando há muito tempo e foi a segunda vez que eu tinha feito em competição. O que eu treino bastante é fazer estilos de pegada diferentes, mudar a movimentação, estes pequenos detalhes já acabam surpreendendo o adversário. Isso a gente está trabalhando agora e, para cada campeonato, a gente tenta fazer alguma coisinha que possa surpreender, mas não tem como mudar muito o jogo antes da competição. A gente vai trabalhando nos treinamentos, vê o que está dando certo e errado, para quando precisar usar.

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Você luta na próxima terça-feira (a disputa na categoria de Mayra começa às 16h, no horário de Brasília). Como será a preparação em Toronto até lá?
A gente chegou no dia 3 de julho (sexta-feira passada). Estamos fazendo dois períodos de treino por dia. Na parte da manhã, treino físico, na parte da tarde, treino mais específico de tatame, com quimono. Vou lutar no dia 14, então a preparação já vai diminuindo, não tem tanto volume de treinamento, mas é bem intenso. Está indo tudo certinho para chegar com físico e técnico tudo preparado.

Como os Jogos Pan-Americanos podem te ajudar para a Olimpíada do ano que vem no Brasil?
Todos os Jogos parecem um pouquinho com a Olimpíada. Tem a Vila, a mídia toda em cima, então a gente vive esta experiência, é bom sentir aquela pressão, o friozinho na barriga e isso acaba ajudando na hora da Olimpíada também.

Calendário do Judô no Pan:
Sábado, 11/7

-Até 48kg feminino - Nathália Brigida (Minas TC/MG)
-Até 52kg feminino - Érika Miranda (Minas TC/MG)
-Até 60kg masculino - Felipe Kitadai (Sogipa/RS)

Domingo, 12/7
-Até 57kg feminino - Rafaela Silva (Instituto Reação/RJ)
-Até 66kg masculino - Charles Chibana (EC Pinheiros/SP)
-Até 73kg masculino - Alex Pombo (Minas TC/MG)

Segunda, 13/7
-Até 63kg feminino - Mariana Silva (Minas TC/MG)
-Até 70kg feminino - Maria Portela (Sogipa/RS)
-Até 81kg masculino - Victor Penalber (Instituto Reação/RJ)
-Até 90kg masculino - Tiago Camilo (EC Pinheiros/SP)

Terça, 14/7
-Até 78kg feminino - Mayra Aguiar (Sogipa/RS)
-Acima de 78kg feminino - Maria Suelen Altheman (AJ Rogério Sampaio/SP)
-Até 100kg masculino - Luciano Corrêa (Minas TC/MG)
-Acima de 100kg masculino - Rafael Silva (EC Pinheiros/SP)

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*ZHESPORTES


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