Bem-Estar



Longe da cadeira

Ficar em pé contribui para saúde do coração

Segundo pesquisa, a posição permite melhorar os níveis sanguíneos de colesterol, gorduras e açúcares

03/08/2015 - 05h01min

Atualizada em: 03/08/2015 - 05h01min


Guto Kuerten / Agencia RBS

O simples fato de ficar em pé no lugar de sentar poderia contribuir para nos manter em boa saúde, segundo um estudo publicado na revista da Sociedade Europeia de Cardiologia, o European Heart Journal. A posição de pé permitiria assim melhorar os níveis sanguíneos de colesterol, gorduras e açúcares, marcadores biológicos de riscos cardiovasculares.

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Passar mais tempo de pé e caminhar poderiam ter um efeito benéfico suplementar sobre a circunferência abdominal e o índice de massa corporal (IMC), que servem para medir o peso ideal.

"Inúmeros estudos mostraram que a atividade física reduz a mortalidade total, os acidentes e a mortalidade cardiovasculares, o diabetes tipo 2 (o mais frequente), a obesidade e diversos tipos de câncer" relembrou o professor Francisco Lopez-Jimenez da Mayo Clinic (Minnesota, Estados Unidos) em um comentário acompanhando o artigo. Mas "a luta contra o sedentarismo não pode se reduzir a aconselhar a fazer exercícios regularmente", escreveu o médico, acrescentando que é igualmente importante promover comportamentos não sedentários na vida diária.

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"Uma pessoa que caminha duas horas até o trabalho, que fica de pé durante quatro horas e que faz mais uma hora de tarefas cotidianas em casa queima mais calorias do que correndo durante uma hora", explicou, evocando especialmente o interesse de colocar à disposição dos trabalhadores esteiras e adaptando os escritórios para permitir trabalhar de pé ou sentado.

Pesquisadores australianos equiparam com marcadores de atividade 782 homens e mulheres, com idades entre 36 e 80 anos, para determinar precisamente quanto tempo cada um passava dormindo, andando ou correndo e ficava sentado, deitado ou de pé.

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Uma diminuição das gorduras sanguíneas (triglicerídeos) e um aumento do "bom" colesterol foram observados com uma redução do tempo sentado. A redução do tamanho da circunferência abdominal e do IMC só se mostrou significativa quando combinada à caminhada ou à corrida, ressaltaram os autores, que julgam necessários estudos complementares sobre o assunto.

Ao substituir todos os dias duas horas sentadas pela caminhada, o tamanho da cintura diminuiu em média cerca de 7,5 cm e o IMC de 11%.

Entretanto, ficar sentado não é ruim em si, na medida em que não passamos muito tempo na posição.

- Nossa mensagem é: levantem, fiquem menos tempo sentados e se mexam mais - afirmou a médica Genevieve Healy da universidade de Queensland (Austrália), que dirigiu o estudo.

Na Europa, os adultos são hoje muito sedentários e declaram passar em média 3,2 a 6,8 horas sentados por dia, segundo o estudo.

*AFP


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