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Fechado em 2014, Teatro de Câmara Túlio Piva deve reabrir só em 2017

Reforma do prédio, localizado no bairro Cidade Baixa, deve durar cerca de 18 meses

01/09/2015 - 03h03min

Atualizada em: 01/09/2015 - 03h03min


Camila Kosachenco
Camila Kosachenco
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Omar Freitas / Agencia RBS

Fechada por problemas estruturais desde maio de 2014, um dos palcos mais tradicionais espaços de Porto Alegre, o Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 575), não deve reabrir antes de 2017.

O espaço precisa passar por reforma, mas a data para início dos trabalhos ainda não foi definida. Para chamar a atenção da população e dos órgãos responsáveis para a morosidade no andamento do projeto, o movimento Serenatas pela Cultura está organizando uma apresentação no pátio teatro.

Em vídeo, veja a situação do teatro:

- É um descaso inaceitável com um espaço histórico da cultura de Porto Alegre. A Serenata é para pressionar a agilização da reforma - afirma a vereadora Sofia Cavedon (PT), que está encabeçando a iniciativa ainda sem data marcada. - Nesse ritmo, vai ficar, no mínimo, dois anos fechado.

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O prazo estimado por Sofia pode até ser considerado otimista tendo em vista todo o processo necessário antes de começarem as mudanças: o projeto ainda não foi finalizado, o que deve ocorrer somente no final do ano, informou a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) através de sua assessoria de imprensa. Já o secretário municipal da Cultura, Roque Jacoby estipula esse prazo em fevereiro de 2016:

- A Smov nos solicitou que fosse dada prioridade para o projeto da Terreira da Tribo (que prevê a construção da sede do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, no bairro Cidade Baixa, e deve iniciar até dezembro para não perder uma verba do Ministério da Cultura) e isto atrasou o plano do Túlio Piva.

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A partir de então, iniciam os trâmites burocráticos como levantamento de preços, criação e divulgação de licitação. Somente com estas etapas completas é que o projeto deve sair do papel. Daí para frente, são, pelo menos, 18 meses de obras, conforme o responsável técnico pelo teatro, Mirco Zanini. Somado a isso, deve-se incluir possíveis atrasos em decorrência do ano eleitoral.

- Se tudo correr perfeitamente como a gente gostaria, ficaria pronto no final de 2017 ou começo de 2018 - diz Zanini.

Dentre as mudanças previstas, estão a duplicação ou reforço de pilares, troca das estruturas do telhado e revitalização da caixa cênica.

- O prédio está sendo repensado com a otimização dos espaços - comenta Zanini.

Jacoby complementa:

-Estamos aguardando com dor no coração, pois é uma casa muito rica. Mas as melhorias que serão apresentadas compensarão esse período de fechamento.

Enquanto nenhuma mudança é feita, o local segue. A decisão de fechar as portas foi tomada depois que um laudo da Smov apontou um afundamento nos pilares que sustentam o prédio, o que colabora para os constantes problemas no telhado e as rachaduras da construção.

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Mas o prédio dava sinais de deterioração já em 2012. Naquele ano, o espetáculo Estamira - Beira do Mundo, da programação do 19º Porto Alegre Em Cena, teve que ser suspenso no meio da apresentação após o rompimento do telhado. Parte da plateia foi atingida pela enxurrada, como relembra a diretora substituta Regina Freitas:

- Tivemos que cancelar a peça em decorrência da chuva.

Depois do episódio, a cobertura passou por um conserto emergencial e o teatro voltou a operar. Mais tarde, novos problemas no telhado do prédio e nos banheiros obrigaram a administração a fechar de vez o espaço.

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- O último espetáculo aconteceu porque já estava programado, mas a partir daí tivemos que encerrar as atividades - relata Regina.

O teatro

Inaugurado em 1970, o Teatro de Câmara Túlio Piva é parte importante da cena cultural de Porto Alegre. Recebeu centenas de espetáculos de todos os gêneros e abriu as portas para artistas e grupos iniciantes. Foi palco para projetos como Novas Caras, República do Rock, Noites no Circo e apresentações nativistas.

- Tudo o que fizemos visava a inclusão social e de público na Capital - lembra Regina.

Entre 2009 e 2014, o público que ultrapassou a marca dos 120 mil. Com o fechamento, outros espaços, como o Teatro Renascença, tiveram que absorver a demanda do Túlio Piva.


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