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Preparador físico do Inter sobre a parada no Brasileirão: "Time vai melhorar"

Com trabalhos programados, com dias em dois turnos, o condicionamento físico do time de Argel Fucks será aprimorado

04/10/2015 - 12h02min

Atualizada em: 04/10/2015 - 12h02min


Alexandre Ernst
Alexandre Ernst
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ITAMAR AGUIAR / FUTURA PRESS

A pausa de 10 dias no Brasileirão fará bem ao Inter. Quem afirma é o coordenador de preparação física do clube, Élio Carravetta. Será o período em que o grupo poderá não apenas descansar da maratona de jogos na temporada. Com trabalhos programados, com dias em dois turnos, o condicionamento físico do time de Argel Fucks será aprimorado.

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Nesta conversa com ZH, Carravetta explica como será o trabalho para fazer o Inter correr mais nesta reta final de Brasileirão e ter fôlego para conquistar um lugar no G-4 e a vaga à Copa Libertadores de 2016.

Pode-se dizer que estes dias de pausa no Brasileirão serão uma espécie de mini pré-temporada?
Pelo calendário, quando times jogam quarta e domingo, com viagens e recuperação pós-jogos, o tempo para trabalhar é muito reduzido. O Argel está no Inter há quase 50 dias, teve 14 jogos. Após o jogo ele precisa recuperar jogadores. O dia anterior tambem é um trabalho com baixa intensidade. São dois dias que, em termos de treinamento, não há adaptação. Então, faça as contas: 14 pré-jogos, 14 pós-jogos, 14 dias de jogos, são 42 dias. Pega um ou outro dia de folga, você tem, a rigor, uma semana para trabalhar a adaptação física, técnica, tática.

E qual será a meta da preparação física nestes 10 dias?
Teremos mais tempo para trabalhar e provocar estímulos, junto com o treino do Argel. Atenderemos uma outra necessidade individual, também. Tem de prevalecer a acumulação do trabalho. O que significa isso? Acumular o esforço, a tolerância à fadiga. Alguns trabalhos da primeira semana serão em turno integral para provocar maior adaptação, maior volume, mais recuperação. Como não tem compromisso na semana, vamos aumentar o volume de trabalho.

Os jogadores que não gostarão muito.
O atleta sente aquilo que precisa. Com jogo quarta e domingo, você não tem como treinar sem bola, pois a grande demanda física, pelo calendário, se dá nos trabalhos com bola. Volto a dizer: não há tempo. Se os trabalhos com bola forem mal-conduzidos, mal-organizados, o jogador vai atingir um déficit físico e não seu melhor em termos de condição física. O trabalho sem bola é de musculação, de força, mais estrutural mesmo, que dá a base, mas não provoca as adaptações físicas para se jogar, para se estar no campo. Isso ocorre nos trabalhos com a bola.

O Inter ainda pode correr mais em 2015?
Em termos de performance, vai melhorar. Mas os outros times também irão, desde que treinem. Não tenho como dizer que o Inter subirá em porcentagem, mas posso dizer que posso baixar, por exemplo, uma corrida de 5 quilômetros deita em 15 minutos para 14 minutos e 50 segundos. Isso eu posso. Se estipulasse um percentual de melhora estaria mentindo.

Contra o Palmeiras, pareceu que o Inter corria mais.
Os atletas tiveram uma entrega e uma capacidade de superação muito grande. A postura do time mostrou melhora física. Eles atacaram e defenderam em bloco. O conjunto estava muito bom, compacto, taticamente bem disposto. O retorno da marcação, os avanços do ataque. Performance física é um processo continuado.

O senhor acredita que a diferença de escola, da uruguaia para a brasileira, influenciou na preparação do Inter em 2015?
O treinamento esportivo, na literatura e na prática, no mundo, é universal. Tem de saber usar. Os princípios são adequados a cada necessidade. Eu, como preparador, tenho de entender e compartilhar isso. É concepção. Vai na Espanha, na Alemanha, o treinamento é universal. Você pode flexibilizar, ter criatividade, trabalhar de maneira diferente. Mas o princípio biológico é o mesmo em qualquer lugar. Saber instrumentalizar isso é o grande negócio. A cultura, claro, é diferente. Mas a tua capacidade de interpretação e análise é a mesma, a tua base teórica é a mesma.

E a partir de alguma falha na preparação, há a necessidade do rodízio.
Se o teu atleta está inseguro, não recuperou totalmente, não tem rendimento e você tem outro melhor, que não vai alterar teu modelo de jogo, o treinador optará por um rodízio. Eles, os treinadores, fazem isso. Dentro de um modelo, de uma proposta de jogo, claro. Você não vai tirar um jogador e colocar outro por simples troca, para dar oportunidade. A não ser que queira mudar seu modelo de jogo.




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