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Dados do IBGE

40% das cidades gaúchas com mais mortes do que nascimentos ficam no Norte e Noroeste

Encolhimento populacional nas localidades deve-se principalmente à migração de jovens para centros urbanos com maior oferta de empregos

30/11/2015 - 16h21min

Atualizada em: 30/11/2015 - 16h21min


Bruna Scirea
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Félix Zucco / Agencia RBS

Dos 91 municípios do Rio Grande do Sul onde o número de mortes superou o de nascimentos no ano passado, 40% estão concentrados nas regiões Noroeste e Norte (20 e 17 municípios, respectivamente). A cidade que apresentou o maior encolhimento em todo o Estado foi Porto Lucena, no Noroeste, onde foram registrados 21 óbitos a mais do que nascimentos.

Para o coordenador de informações do IBGE no Estado, Ademir Koucher, os números mostram a tendência na última década de significativa redução populacional em áreas do interior gaúcho. No Norte e no Noroeste, a taxa de crescimento demográfico "está em vermelho" há pelo menos duas décadas, avalia o pesquisador. Parte da explicação se deve ao fluxo migratório.

- São regiões de intensiva atividade agrícola monocultora, onde outros setores ficam um pouco afogados. Além do processo de mecanização mais intenso, também se percebe uma dificuldade em segurar o jovem no campo. Eles acabam buscando emprego em outros lugares, com maior mercado, e por lá fixam residência.

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Os registros do IBGE vinculam cada nascimento ao município de residência da mãe, e não ao local do parto, a fim de evitar distorções provocadas pela falta de maternidades em cidades de pequeno porte (tema de reportagem publicada em ZH em 7 de novembro). Os dados divulgados têm como base os registros efetuados em 2014 em cartórios em todo o país de nascimentos, casamentos e óbitos.

Em terceiro lugar, a região que mais escancara a inversão entre morte e vida é o Vale do Taquari - em que 13 municípios registraram mortalidade superior à natalidade. Em seguida vem a Serra e a Região central, com encolhimento populacional em 11 e 10 cidades, respectivamente.

Em relação ao número de habitantes, 57% dos municípios listados têm população inferior a 4 mil moradores; 27% entre quatro e 7 mil; oito entre sete e 9 mil, e cinco entre nove e 20 mil. Se nas cidades de pequeno porte o encolhimento se deve principalmente à migração de jovens para outros centros, nas maiores, a inversão entre número de mortes e nascimentos se deve também pelo aumento da violência, indica Koucher.

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