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Delcídio cita quatro nomes de ministros do STF em conversa que gerou prisão

Um dos argumentos para prender o senador é o fato de que ele teria tentado influenciar ministros do Supremo a conceder habeas corpus a ex-diretor da Petrobras

25/11/2015 - 13h30min

Atualizada em: 25/11/2015 - 13h30min


Humberto Trezzi / Brasília
Humberto Trezzi / Brasília
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Geraldo Magela / Agência Senado
Delcídio do Amaral foi preso na manhã desta quarta-feira no hotel em que morava em Brasília

Os ministros Teori Zavascki, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), seriam os interlocutores para um possível habeas corpus de libertação de Nestor Cerveró, ex-dirigente da Petrobras, preso por corrupção.

A revelação está no pedido de prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Um dos argumentos para prender o parlamentar é que ele teria tentado influenciar ministros do STF a libertar Nestor Cerveró. Algo denunciado com veemência por Rodrigo Janot, procurador-geral da República, no pedido para que o senador seja preso: "A atuação do senador Delcídio foi espúria, ante o fato de não ser advogado e do patente conflito de interesses, mas em linha com sua promessa reiterada de interceder junto ao Poder Judiciário".

A tentativa de influenciar foi vista como interferência ilegítima de um poder diante de outro e de aliciar autoridades para libertar um réu confesso.

Senado terá de decidir sobre a prisão de Delcídio Amaral

Janot continua: "... em reunião havida em Brasília/DF, em suíte do Hotel Royal Tulip, em 4/11/2015 entre Bernardo Cerveró (filho do réu Nestor), o Senador Delcídio Amaral, o Chefe de Gabinete deste, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro. Nesse encontro, o primeiro assunto foram as possibilidades de que Nestor Cerveró viesse a ser posto em liberdade por meio de habeas corpus. O Senador Delcídio Amaral relatou sua atuação perante Ministros do STF em favor de Nestor Cerveró, informando haver conversado com Vossa Excelência (o ministro Teori Zavascki) e com o Ministro Dias Toffoli. Revela, ainda, a firme intenção de conversar com o Ministro Edson Fachin, bem como de promover interlocução do senador Renan Calheiros e do vice-presidente Michel Temer com o ministro Gilmar Mendes."

Dias Toffoli já falou a respeito hoje e afirmou não recordar encontro com Delcídio Amaral.

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