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Senador Delcídio do Amaral é preso na Lava-Jato

Ministério Público Federal apresentou evidências ao Supremo Tribunal Federal de que o líder petista no Senado estaria tentando atrapalhar as investigações da operação

25/11/2015 - 07h45min

Atualizada em: 25/11/2015 - 07h45min


Montagem sobre fotos de André Corrêa e Ronaldo Bernardi / Senado
Delcídio Amaral e André Esteves foram presos pela Polícia Federal no fim do mês passado

Líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal. O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de destruir provas contra ele e prejudicar as investigações. Também foram detidas outras três pessoas: o chefe do gabinete, Diogo Ferreira; o advogado do senador, Edson Ribeiro; e o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, que também estariam envolvidos nas irregularidades.

A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois de o Ministério Público Federal apresentar evidências de que o parlamentar estaria tentando atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.

Ele foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, mesmo local onde, na terça-feira, a PF prendeu o empresário José Carlos Bumlai. A PF também fez busca e apreensão no gabinete do petista, no Senado, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Delcídio havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O senador teria oferecido o valor de R$ 50 mil mensais para que Cerveró não participasse da delação premiada, e planejado a possibilidade de fuga.

Delcídio procurou Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, que estava preso, para fazer a proposta. Ele estava acompanhado do advogado do ex-executivo, Edson Ribeiro, que também tem ordem de prisão autorizada. O banqueiro André Esteves estaria a par das negociações.

Caberá ao plenário do Senado decidir sobre a prisão do líder do governo na Casa. Enquanto isso, o parlamentar, ficará na Superintendência da Polícia Federal em Brasil. É a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição Federal só permite a prisão de parlamentar em flagrante. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente.

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Na terça-feira, o senador participou de diversas votações na Casa e, ao fim do dia, publicou a seguinte mensagem em seu perfil no Twitter:


Foto: Reprodução/Twitter


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