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Mesmas regras?

Bloqueio do WhatsApp reacende pressão das operadoras por regulamentação do serviço

WhatsApp, Netflix e Skype concorrem diretamente com empresas tradicionais que operam no país

17/12/2015 - 19h07min

Atualizada em: 17/12/2015 - 19h13min


A revolução em curso no setor de telecomunicações, com o WhatsApp no centro de tudo, tem feito as operadoras de telefonia pressionar o governo por uma regulamentação dos chamados serviços Over The Top (OTT), que incluem também Netflix e Skype, por exemplo. É uma tentativa de manter, de alguma forma, os lucros com a telefonia móvel no estrito sentido do termo, antes que ele seja, um dia, substituído simplesmente por serviços de internet sem fio, por exemplo.

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Especialistas não preveem o fim das ligações por voz, mas sabem que esse modelo será constantemente impactado por inovações. Projeções do mercado indicam que o faturamento das empresas com serviços de dados deve ultrapassar a receita de ligações em quatro anos.

Nos últimos 12 meses, a receita da Vivo com pacotes de internet cresceu 51%, enquanto a da Claro, que menos cresceu entre as quatro maiores do país, teve expansão de 35%. Por outro lado, a Claro perdeu 18% do faturamento de voz, e a Vivo, 5,5%. As operadoras tratam o WhatsApp ora como inimigo, ora como parceiro. Na hora da publicidade e da venda, algumas oferecem os dados do serviço de forma gratuita como atrativo.

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Já quando se fala em mercado de telefonia, costumam definir o serviço como uma concorrência desleal. Um dos principais defensores dessa tese é o presidente da Vivo, Amos Genish. Recentemente, ele disse em um evento que o aplicativo presta um serviço "pirata" e defendeu regulamentação. _ Não tenho nada contra o WhatsApp, que é uma ferramenta muito boa, mas precisamos criar regras iguais para o mesmo jogo _ disse. _ O fato de existir uma operadora sem licença no Brasil é um problema _ afirmou, em referência ao serviço de voz do aplicativo. Para o executivo, o WhatsApp estaria funcionando, na prática, como uma operadora de telefonia, por ter ligações de voz e a possibilidade de enviar áudios gravados.

O então ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, entrou na dança e chegou a dizer, em relação ao Netflix, que "esse serviço de vídeo capta riqueza de dentro do Brasil para fora" e "subtrai empregos". Berzoini foi substituído em outubro pelo cearense André Figueiredo. E o seu secretário, Maximiliano Martinhão, já declarou que a intenção não é regular as OTT's, mas "tentar desonerar o setor de telecomunicações para que as empresas possam concorrer de forma mais igual". Do ponto de vista legal, a discussão já é antiga. O Skype foi o primeiro serviço a levantar a pauta na metade da década passada.

Em relação ao WhatsApp, as operadoras tentam argumentar que ele usa identificação pelo número do telefone, configurando uma concorrência ao serviço de voz. Mas a Lei Geral de Telecomunicações já prevê que qualquer programa que faça transmissão de voz via endereço IP, ou seja, pela internet, é enquadrado como Serviço de Valor Adicionado (SVA), o que acabaria com a argumentação.


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