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Em uma semana, Brasil registra 199 novos casos suspeitos de microcefalia

No total, são 3.174 notificações no país; RS segue apenas com um registro, cuja relação com o zika foi confirmada

05/01/2016 - 17h32min

Atualizada em: 05/01/2016 - 17h32min


GUGA MATOS / JC IMAGEM

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira, o primeiro boletim de 2016 sobre os casos suspeitos de microcefalia. Do início das notificações até 2 de janeiro, foram identificados 3.174 casos, em 684 cidades de 21 Estados. Em relação ao último boletim de 2015, divulgado há uma semana, foram notificados 199 novos casos, em 28 novos municípios. Em relação aos Estados, pela primeira vez Amazonas investiga uma suspeita.

Também estão em investigação 38 mortes de bebês com microcefalia possivelmente relacionada ao zika. Pernambuco, o primeiro Estado a identificar aumento da má-formação, continua com o maior número de casos suspeitos (1.185), o que representa 37,33% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão a Paraíba (504) e a Bahia (312).

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Assim como nos últimos dois boletins, o órgão não especificou os casos cuja relação de microcefalia com o zika vírus foram confirmados ou descartados. Nos casos descartados, eram incluídas as notificações cuja a má-formação não foi confirmada ou porque foi comprovada, mas a causa não foi o zika. 

O Rio Grande do Sul segue com uma notificação, cuja relação com o zika foi confirmada dia 15 de dezembro. Moradora de Esteio, a gestante teria contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez, em janeiro, quando viajou para Pernambuco.

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No início de dezembro, o Ministério da Saúde diminuiu de 33 centímetros para 32 centímetros a medida padrão do perímetro cefálico dos bebês, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Todos os recém-nascidos que apresentarem crânio menor do que isso serão considerados suspeitos de microcefalia. Segundo o ministério, a medida anterior foi definida para "incluir um número maior de bebês na investigação".

O zika invade a placenta da mulher grávida, entra na corrente sanguínea do bebê e provoca uma inflamação dos neurônios, comprometendo a formação do cérebro, que fica diminuído. A criança com microcefalia, segundo pediatras, pode ter problemas linguísticos, cognitivos e motores, retardando o desenvolvimento de habilidades básicas como falar, sentar, engatinhar e andar.

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Mais laboratórios para detectar o zika


Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.

O Ministério da Saúde capacitou mais 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de Zika. Contando com as cinco unidades referência no Brasil para este tipo de exame, já são 16 centros com o conhecimento para realizar o teste.

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Nos dois próximos meses, a tecnologia será transferida para mais 11 laboratórios, somando 27 unidades preparadas para analisar 400 amostras por mês de casos suspeitos de Zika em todo o país.

Para combater o mosquito transmissor do zika vírus, o Aedes aegypti, o Ministério da Saúde enviou mais 17,9 toneladas de larvicida para os estados do Nordeste e Sudeste em dezembro, totalizando 114,4 toneladas para todo o país no último ano, quantidade suficiente para o tratamento de 57,2 bilhões de litros de água. Para este ano, já foram adquiridas mais 100 toneladas do produto, o que garante abastecimento até junho de 2016.

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Gestantes em alerta

O ministério orienta às gestantes que elas mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O órgão reforça ainda as orientações para evitar o contato com pessoas com febre ou infecções e adotar medidas de proteção - como eliminar criadouros, manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

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