Possível latrocínio
Polícia analisa imagens da morte de motorista em Porto Alegre
Tentativa de roubo a veículo, no bairro Jardim Ypu, é a principal hipótese para o assassinato de Isabel Cristina Grandini Dias. Imagens devem ajudar na busca aos suspeitos do crime
Poucos segundos separaram a tentativa de roubo de um Corsa e a morte da motorista do veículo na noite de segunda-feira, no bairro Jardim Ypu, zona leste de Porto Alegre. Imagens de câmeras de segurança flagraram o crime as 22h04min, na Rua Altamira. A vítima, Isabel Cristina Grandini Dias, de 47 anos, foi assassinada com um único disparo, que a atingiu na testa.
Conforme as investigações, Isabel havia acabado de sair da casa da irmã, onde estava cuidando dos animais de estimação dela. Mal deu partida no carro, foi surpreendida por um Corolla prata, que cortou a frente do seu veículo. Dois homens desceram e se aproximaram com arma apontada para a motorista.
Ainda não se sabe o que motivou o tiro de um dos homens, mas a suspeita da polícia é que ela tenha feito algum movimento brusco ou não tenha conseguido soltar o cinto de segurança _ moradores que tentaram socorrer Isabel a encontraram ainda presa ao equipamento. O disparo fatal atravessou o vidro lateral do carro.
A 15ª Delegacia de Polícia investiga o caso como latrocínio, mesmo que os autores do crime tenham fugido sem levar nenhum pertence da vítima, nem o veículo. Segundo o delegado responsável, Ajaribe Rocha Pinto, ainda não há suspeitos.
– Não temos elementos para acreditar em execução. Nossa linha de investigação é de crime patrimonial, com objetivo de levar o carro ou até alguma bolsa, celular. Mas até agora não identificamos ninguém. Por isso estamos trabalhando nas imagens que temos – afirma o delegado.
– Pode ser que eles acharam que ela estava armada, ou então ela ficou nervosa e não conseguiu sair do carro ou se assustou q acabou assustando eles. Não sabemos, o certo é que eles reagiram e atiraram – acrescenta o chefe de investigação da 15ª DP, Emerson Ayres.
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A análise dos vídeos devem ajudar a elucidar de onde vieram os assaltantes e precisar o modo como o crime foi cometido, além de tentar obter a placa do Corolla usado pelos criminosos.
"Estamos vivendo tempos de barbárie", diz cunhada de vítima
Isabel era contadora, trabalhava em um escritório de contabilidade. Solteira, não tinha filhos, mas deixa três irmãos inconformados com mais uma vítima da insegurança da Capital. A cunhada dela, que preferiu não se identificar, falou a ZH e fez um desabafo sobre a criminalidade e o medo que amedronta a população.
Como era a Isabel em casa, com a família?
Ela era uma pessoa muito honesta, muito boa com todo mundo. Muito querida no bairro onde morava, em um apartamento no Jardim Ypu. Atuava profissionalmente com a maior integridade possível. Fazia voluntariado, doações.
O que vocês já sabem sobre o crime?
A gente sabe o que a polícia está divulgando. Ela realmente tinha ido cuidar dos animais da irmã e foi surpreendida por um assalto na rua. A gente não quer sensacionalismo, sabe? Só queremos que isso sirva de alerta por toda a insegurança que se vive na cidade. Estamos vivendo tempos de barbárie. Não tem outra explicação. É um toque de recolher em Porto Alegre a partir das 22h. Qual a segurança que se tem em andar em qualquer bairro à noite? Isso tem de ser dito. É uma barbárie. Segurança zero.
*Zero Hora