Entretenimento



Deixa a cabeleira do Zezé!

Sem marchinhas machistas, Bloco da Matriz reúne milhares no Carnaval de rua de Porto Alegre

Bloco foi um dos únicos a se manter na programação após temporais

09/02/2016 - 23h25min

Atualizada em: 13/02/2016 - 10h11min


Gustavo Foster
Gustavo Foster
Enviar E-mail

Está difícil pular Carnaval em Porto Alegre. Depois da chuvarada que espalhou estragos por Porto Alegre nos últimos dias, grande parte dos blocos de rua foram cancelados ou adiados pela Prefeitura. Nos dois últimos dias de festa, no entanto, o Bloco da Matriz surgiu como água para Iaiá no deserto do Saara que se tornou a folia carnavalesca da Capital.

Organizado pelo Coletivo Voz Ativa, que reúne estudantes da UFRGS e da PUCRS, o Bloco da Matriz reuniu cerca de 2,5 mil foliões na segunda-feira e, no início da noite de terça, já aglomerava algumas centenas no entorno dos imponentes monumentos que adornam a praça. O local, segundo uma das organizadoras, foi escolhido por ser central, receber muitos ônibus e ser um dos mais belos e históricos parques da Capital. Ainda segundo Victória Chaves, que estuda Serviço Social, o evento busca comemorar o Carnaval com uma série de cuidados que outras festas não costumam ter.

Leia mais
Império de Casa Verde é a vencedora do Carnaval de São Paulo
Carnaval de rua da Cidade Baixa tem mais datas alteradas após temporal
Mangueira ganha o Estandarte de Ouro

– Como não está tendo muita coisa na cidade, resolvemos nos reunir e organizar o Bloco da Matriz. É uma festa que se preocupa com questões como machismo e opressão, tanto que pedimos ajuda do pessoal no Facebook para pensar em músicos que não reproduzissem esse tipo de mensagem – conta a estudante, enquanto as caixas do som tocam Não me Deixe Sozinho, do funkeiro Nego do Borel.

Por volta das 22h, jovens, famílias e até estrangeiros se divertiam na praça – que, no dia anterior, havia sido palco de pelo menos duas polêmicas: houve relatos de roubos durante o bloco e, no dia seguinte, fotos mostravam lixo espalhado pelo chão, o que chegou a gerar tópicos de discussão na página do evento no Facebook. Nesta terça, os assuntos dividiam espaço na roda de amigos com a falta de opções para se divertir na Capital.

– Está bem complicado. Ou a gente fica na casa de amigos ou chama os amigos para a nossa casa. Acho importante esta revitalização de espaços públicos que está se tentando fazer em Porto Alegre – diz a servidora pública Júlia Fernandes, que carregava no colo o filho de 11 meses.

Para o ano que vem, o coletivo que organizou de maneira quase urgente o Bloco da Matriz em 2016 não tem certeza se a festa sairá, mas garante que a possibilidade existe. Se rolar, Victória garante, o bloco com certeza seguirá prezando pelo respeito e pela boa convivência:

– Queremos sempre abrir o evento para que todos sintam que fazem parte.

Leia todas as notícias de Carnaval



MAIS SOBRE

Últimas Notícias