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Música ajuda bebês no desenvolvimento da fala

Pesquisa realizada nos Estados Unidos mostra que os pequenos que ouvem música aprendem e reproduzir mais rápido novos sons

28/04/2016 - 12h43min

Atualizada em: 28/04/2016 - 14h11min


Se seu bebê gosta de música, pode ser que ele não apenas esteja se divertindo com os sons, mas aprendendo com eles. Pesquisadores do Instituto para o Aprendizado e Ciências Cerebrais da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, provaram que os pequenos que ouvem músicas todos os dias apresentam respostas cerebrais mais rápidas e, ainda, conseguem compreender e reproduzir mais sons do que aqueles que não ouvem músicas.

Durante um mês, os especialistas observaram 39 bebês de nove meses. Eles analisaram a participação dos pais e das crianças em 12 sessões musicais com duração de 15 minutos cada. O primeiro grupo, com 20 bebês e seus pais, assistiu a aulas de músicas. Os sons eram como valsas, cada uma com compasso de três tempos, consideradas relativamente difíceis para os bebês aprenderem. Durante as aulas, uma pessoa também tocava sons externos às canções.

Veja o vídeo divulgado pelo instituto:

O segundo grupo, com 19 bebês e seus pais, participou de aulas sem músicas. Eles apenas brincaram com carrinhos e blocos – brinquedos que exigiam movimentos coordenados.

Em cada sessão, a atividade cerebral dos bebês foi captada e, depois, analisada no laboratório do instituto na universidade. O resultado impressionou os cientistas. Os pequenos que ouviram músicas tiveram respostas cerebrais bem mais rápidas em relação aos bebês que brincaram sem ouvir as canções.

– Cada grupo teve experiências sociais, muito necessárias para os bebês que estão nessa fase. Além disso, as atividades de ambos incluiu movimentos do corpo, o que já está comprovado que ajuda as crianças a aprenderem melhor. Para adquirir a capacidade de falar, os bebês devem ser capazes de reconhecer os tons e os ritmos e ter a capacidade de se antecipar – explicou Chistina Zhao, responsável pelo estudo.

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No laboratório, eles também observaram que o cérebro dos bebês respondia melhor às interferências que os professores faziam enquanto as músicas eram tocadas e perceberam que os pequenos conseguiam detectar os padrões de som.

– Nosso estudo é o primeiro feito com bebês jovens que sugere que um padrão rítmico de música pode melhorar a capacidade que eles têm para detectar e prever novos sons. Isso significa que, quanto mais cedo houver o engajamento musical, melhores serão os efeitos no desenvolvimento cognitivo dos bebês – afirmou Zhao.

De acordo com Patricia Kuhl, co-autora do estudo e diretora do instituto, a pesquisa mostra que a música tem potencial para aumentar as competências das crianças.

– A experiência que os bebês têm com sons, luzes e sensações é complexa e varia constantemente. O trabalho dos bebês para reconhecer padrões de atividade e prever o que vai ocorrer é uma importante habilidade cognitiva. Melhorar essa habilidade pode ter efeitos duradouros na vida deles. As escolas têm diminuído as experiências com música, dizendo que isso é algo muito caro, mas a nossa pesquisa prova que os efeitos da prática musical vai muito além da música em si – disse.


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