Pró-Minc
"A extinção do Ministério da Cultura é ato retrógrado", diz Caetano Veloso em artigo
Músico rejeita argumento de que artistas vivem do dinheiro do Estado
O artista Caetano Veloso se manisfestou contra a extinção do Ministério da Cultura, julgando a ação como um "ato retrógrado". Uma das primeiras medidas de Michel Temer no cargo de presidente interino do Brasil foi decretar o fim de oito ministérios, entre eles o Minc, que se unirá à pasta da Educação. O artigo do músico sobre o tema foi publicado pelo jornal O Globo.
No texto, Veloso defende que o Ministério da Cultura mostrou-se necessário ao país:
"Hoje temos estudos e projetos brasileiros como referência em organizações internacionais que tratam dos problemas dos direitos autorais em ambiente digital. Somos (ou tínhamos sido) pioneiros na luta em defesa dos criadores, que se viram sem saber o quê, como, quanto e quando receberão pela divulgação de sua obra em plataformas de streaming."
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Ele também se posicionou sobre as acusações de que os artistas famosos brasileiros vivem do dinheiro do Estado. Para o músico, não existe dependência do governo.
"Não. Eu digo NÃO. Os artistas que se sentem atraídos pelo histórico do PT, o mais duradouro e estruturado partido de esquerda do mundo contemporâneo, não são dependentes de governo. Eu não sou dependente de governo. Tenho minhas opiniões próprias e exibo as contradições de minhas buscas. Só retirarei a afirmação de que baixar o MinC a uma secretaria dentro do Ministério da Educação (que tem tarefa gigante pela frente) ou a uma Secretaria Nacional de Cultura ligada à Presidência da República, como se cogita agora, é retroagir se, uma vez em ação, o novo governo prove que é capaz de dar à produção cultural a atenção que ela requer", destacou em seu artigo.