O celular do deputado estadual gaúcho Marcel van Hattem (PP-RS) não para. Uma chuva de notificações no Facebook e de mensagens no WhatsApp invadiu o aparelho do parlamentar após ele aparecer em rede nacional ao lado do presidente interino Michel Temer durante o primeiro discurso do peemedebista após a posse.

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Van Hattem afirma que não teve intenção de ser "papagaio de pirata" de Temer. Confira, abaixo, trechos da entrevista concedida por telefone a ZH desde Brasília.

O senhor chamou atenção hoje ao ficar bem próximo a Michel Temer durante o discurso. Imaginava que haveria repercussão?
Estou com o WhatsApp bombando, Facebook, comentários. Não imaginava. Não imaginava nem que estaria ali.

Como o senhor conseguiu esse lugar "nobre"?
Cheguei cedo. A organização estava colocando os convidados para sentar logo no início. Em determinado momento, encontrei deputados que conhecia ali na frente e fui cumprimentá-los. De repente, começou um burburinho com a chegada do presidente e ninguém mais se mexeu. Acabei ficando ali.

Havia mais algum deputado estadual nas proximidades de Temer durante o discurso?
Havia deputados estaduais de várias partes do Brasil.

Na votação do impeachment na Câmara, um suplente de deputado catarinense ficou famoso nas redes sociais por aparecer como "papagaio de pirata" ao lado do local onde os deputados se manifestavam. O senhor não tem receio de virar um meme?
Não. Porque me parece que o suplente nem votou, ele estava ali para buscar essa exposição. Se ocorrer (virar meme), não tem o que eu possa fazer, a liberdade de expressão está aí para isso.

Além de fisicamente durante o discurso, o senhor está próximo também politicamente a Michel Temer?
Todo brasileiro tem de estar torcendo por esse governo, e demonstrar apoio. Eu, especificamente, não tenho grandes proximidades com o presidente Temer. Mas é muito positiva essa proximidade (durante o discurso) devido ao meu cargo, isso ajuda. Mas em uma relação institucional. Foi uma coincidência, não considero que tenha sido uma coisa tão marcante assim.

O senhor já se encontrou com o presidente interino?
Sim, algumas vezes.

O senhor é um crítico do governo de Dilma Rousseff e afirma que a presidente afastada cometeu crimes. Por ser da mesma chapa de Dilma, por integrar o governo e por também ter emitido decretos contendo pedaladas fiscais, o senhor acha que Michel Temer também tem de passar por um processo de impeachment?
A doutora Janaina Paschoal já explicou bem isso, ele não teve responsabilidade direta. Ele substituiu provisoriamente a presidente Dilma algumas vezes.

O senhor será candidato a prefeito de Porto Alegre?
Não tenho como responder, não decidi. Sou pré-candidato pelo partido.

*Zero Hora