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"Eu me sinto um lixo hoje", diz adolescente vítima de estupro coletivo no Rio

Em vídeo divulgado pelo jornal O Globo, garota de 16 anos revela detalhes do abuso que sofreu na semana passada

27/05/2016 - 18h28min

Atualizada em: 27/05/2016 - 18h34min


Zero Hora
Zero Hora
Adolescente (dir.) foi submetida a exames médicos na quinta-feira, quando também prestou depoimento à polícia

Em um vídeo divulgado pelo jornal O Globo, a adolescente de 16 anos que foi vítima de um estupro coletivo em uma comunidade do bairro Jacarepaguá, no Rio, relata detalhes do abuso. Ela conta que chorou, tentou bater nos homens que a violentavam e que o lugar em que estava era imundo. A garota diz ainda esperar pela "justiça de Deus" e que os agressores nunca mais cometam abusos.

– Eu queria que eles esperassem a justiça de Deus. Só isso. Só queria só isso e que nunca mais façam isso com alguém. Eu me sinto um lixo hoje. Eu não queria que outra pessoa se sentisse assim – relata, no vídeo.

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A adolescente conta que foi a um baile no último sábado, quando encontrou um ex-companheiro e, de lá, foi para a casa do rapaz. Ela diz que dormiu ali e quando acordou, estava em outro local, "com um flash" apontado para seu rosto.

– Quando eu acordei, a luz tava acesa e um montão de gente em cima de mim. O que eu me lembro foi que eu acordei pelada e tinha um montão de gente em volta de mim. E meu amigo chegou dentro da casa, aí a gente saiu batendo nos garotos e ele falou "solta ela, solta ela" e me pegou e catou assim a minha roupa e falou "se veste, se veste". Aí eu fui e saí.

A garota cita ainda a existência de um outro vídeo, além do que foi publicado nas redes sociais, em que são usados objetos "em todos os lugares". Além da violência física, ela relata que também ouvia ofensas enquanto era abusada.

– Eu chorei, eu fiquei batendo assim neles, e mandando eles saírem. (Os agressores diziam) "Para, eu sei que você gosta, sei que você é safada, que você é piranha, não sei o quê não sei o que lá". Me lembro que tinha uma cama, uma geladeira assim quebrada e uma cômoda só. Tudo sujo, tinha barata, muita coisa suja – conta.

No vídeo, ela também critica a culpabilização da vítima:

– Eu queria que as pessoas soubessem que não é culpa... não tem como você culpar uma pessoa por ser roubado, não tem como você culpar a vítima de roubo. Não tem como, não é possível. Eu te roubei, a culpa é minha, não é sua. Não foi você que chegou e falou "toma", fui eu que peguei.

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