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Excesso de ácido fólico durante a gravidez aumenta risco de autismo, aponta pesquisa

Níveis elevados de folato e B12 aumentaram em 17,6 vezes as chances de a criança desenvolver Transtorno do Espectro Autista

12/05/2016 - 13h30min

Atualizada em: 13/05/2016 - 23h22min


Correção: Autismo é um transtorno, e não uma doença como esta matéria informou entre 13h29min do dia 12 de maio às 23h21min do dia 13 de maio. A nomenclatura técnica utilizada atualmente nos manuais de psiquiatria é Transtorno do Espectro Autista (TEA). A informação já foi corrigida no texto.

A associação entre ácido fólico e gravidez para que o bebê tenha um desenvolvimento neurológico saudável é um velho conhecido das mulheres. No entanto, um estudo chegou à conclusão de que o excesso do medicamento aumenta as chances de a criança ter autismo. Os pesquisadores descobriram que se uma mãe apresenta um nível elevado de folato logo após dar à luz, o risco de o bebê desenvolver o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é muito alto.

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Durante o estudo, os pesquisadores perceberam que mães com níveis altos de B12 triplicam as chances de os filhos terem o problema. E se os níveis de folato e de B12 estiverem, ao mesmo tempo, elevados, o risco de a criança apresentar o problema aumenta 17,6 vezes. O Transtorno do Espectro Autista é uma condição do desenvolvimento neurológico caracterizado por uma alteração social, comunicação e comportamento anormais repetitivos ou incomuns. Nos Estados Unidos, uma em cada 68 crianças tem o distúrbio. Meninos são cinco vezes mais propensos do que as meninas para apresentar TEA.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 1.391 mães e seus filhos. Eles escolheram especialmente mulheres de baixa renda. As mães foram recrutadas no momento do nascimento das crianças, entre 1998 e 2013, e acompanhados por vários anos seguintes. Os médicos mediram os níveis de folato no sangue da mãe entre o primeiro e o terceiro dia após dar à luz. Eles descobriram que uma em cada 10 mulheres tinham uma quantidade excessiva de ácido fólico e 6% apresentaram níveis elevados de vitamina B12. A maioria das mulheres relatou que tomou um complexo vitamínico – que incluía ácido fólico e B12 – durante toda a gravidez.

A pesquisa foi realizada na Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, e os resultados serão apresentados nesta sexta-feira, durante o Encontro Internacional de Pesquisas sobre o Autismo, que ocorre em Baltimore, também nos EUA.

– A suplementação adequada é protetora. Sabemos que a deficiência de folato em mulheres grávidas é prejudicial para o desenvolvimento do seu filho. No entanto, a pesquisa nos mostra que quantidades excessivas também podem causar danos. É importante que seja indicado quais são os níveis ideais deste nutriente – disse uma das autoras do estudo, Daniele Fallin, diretora do Centro para Autismo e Deficiências do Desenvolvimento da Escola Bloomberg durante uma entrevista coletiva concedida na quarta-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que entre 13,5 e 45,3 nanomoles por litro é uma quantidade adequada que uma mulher pode tomar de ácido fólico durante o primeiro trimestre de gravidez. Ao contrário do que ocorre com o folato, não existem limites estabelecidos para níveis de vitamina B12 adequados.

O folato é uma vitamina pertencente ao complexo B necessária para a formação de proteínas estruturais e hemoglobina. Ele está presente naturalmente em frutas e vegetais, mas é comum ver futuras mães e mulheres grávidas tomando a versão sintética, o ácido fólico, também usado para fortificar cereais e pães. O nutriente é, comprovadamente, essencial para o desenvolvimento neurológico. Várias pesquisas apontam que deficiências de folato no início da gravidez têm sido associados também ao risco de o bebê ter autismo.


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