Música



Não deixe o samba morrer

Roberta Sá apresenta show do álbum "Delírio" nesta sexta em POA

Disco marca a volta da cantora ao samba após sua passagem pelo pop

06/05/2016 - 04h00min

Atualizada em: 19/05/2016 - 13h37min


Vanessa Scalei
Vanessa Scalei
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Com uma elegante declaração de amor ao gênero que a projetou, Roberta Sá chega a Porto Alegre nesta sexta-feira à noite para apresentar seu mais recente álbum, Delírio. Quatro anos depois de se aventurar pelo pop, a cantora potiguar volta ao samba com a sensação de quem retorna para casa.

No Teatro do Bourbon Country, o público poderá ouvi-la em canções inéditas como Me Erra, escrita especialmente para ela por Adriana Calcanhoto, e Covardia, uma releitura do clássico de Ataulpho Alves e Mário Lago, composto em 1938.

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– Nesse disco, tive vontade de voltar para um lugar que chamo de casa. O Segunda Pele (2012) era completamente pop, só tinha um samba. Nos últimos três anos, muita coisa mudou na minha vida. Eu precisava desse momento, que é como um recomeço. Delírio é um álbum de samba, mas não tradicional. Tem um perfume de outros mares também, um pouco de Cabo Verde, em Me Erra, por exemplo. Gosto muito de trazer o regional para uma linguagem contemporânea – conta a cantora, em entrevista por telefone a ZH.

Aos 35 anos e 12 de carreira, Roberta Sá é uma das principais vozes da nova geração da MPB e transita sempre em boas companhias. Além de Adriana Calcanhotto, Martinho da Vila foi outro compositor a presenteá-la com uma música inédita para seu quinto disco de estúdio. Lançado no final de 2015, Delírio ainda traz Chico Buarque, que gravou Se For pra Mentir.

– Quando começo a fazer um novo disco, penso no que os compositores estão dizendo e o que posso acrescentar ao meu discurso. A escolha das músicas se dá muito por aí. Em Delírio, falo sobre o amor. Tive a sorte de contar com alguns compositores com quem já tenho um diálogo e me dão a colher de chá de interferir um pouco e dar um tema. Foi assim com a Adriana e o Martinho. Conversei com eles e pedi o que queria. São músicas que falam de algo muito atual, o empoderamento feminino. Aliás, nesse álbum senti a necessidade de falar desse tema tão atual. Então, é um trabalho que fala do amor dessa mulher poderosa da atualidade – afirma.

Cantar o amor para Roberta tem também outro caráter, o de levar uma mensagem positiva em um momento tão complexo do Brasil:

– Assim como o disco, o show fala basicamente de amor. Neste momento que estamos passando no país, lembrar que o amor existe é uma coisa positiva. O país está partido em dois em um ódio coletivo. A conexão com o amor é uma coisa muito simples e até parece um pouco ingênuo falar sobre isso, mas me acalma cantar esse repertório. Se eu puder fazer o mesmo por alguém, já estou fazendo a minha parte.

Em Delírio, a potiguar passeia por vários ritmos do samba e até arrisca uma mistura com o fado em Covardia,em uma parceira com o português António Zambujo, e volta a apresentar uma música própria, composta com Xandy de Pilares.

– Só componho com alguém quando tenho certa intimidade, tenho um pouco de vergonha. Aos pouquinhos, estou me libertando dessas minhas amarras e ando bem acompanhada para isso – brinca.

No repertório que apresentará em Porto Alegre, além das músicas de Delírio, Roberta também relembrará sucessos de trabalhos anteriores. Músicas como Cicatrizes, Samba de um Minuto e Samba de Amor e Ódio estarão no repertório. Para alegria dos fãs.

ROBERTA SÁ

Sexta-feira, às 21h. Duração: 80min.
Teatro do Bourbon Country (Rua Túlio de Rose, 80), fone (51) 3375-3700. Ingressos: R$ 80 (galerias), R$ 100 (mezanino), R$ 140 (plateia alta), R$ 160 (plateia baixa) e R$ 160 (camarote).
À venda na bilheteria do teatro a partir das 10h, pelo call center 4003-1212 e no site ingressorapido.com.br.
Desconto de 50% para os cem primeiros ingressos e de 10% nos demais para sócios do Clube do Assinante.



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