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Doação de medula óssea é tema de campanha promovida pelo Hospital Moinhos de Vento

Saiba quem pode dar e como é feito o processo

29/06/2016 - 18h43min

Atualizada em: 29/06/2016 - 18h44min


Camila Kosachenco
Camila Kosachenco
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Salvar uma vida está ao alcance de qualquer um. Esta é uma das mensagens que o Hospital Moinhos de Vento, em parceria com a ONG Doutorzinhos, quer passar ao incentivar a doação de medula óssea. Em campanha lançada nesta quarta-feira, a instituição reforçou a relevância de fazer o cadastro de doador e mantê-lo atualizado.

– A importância maior da ação é a questão de firmar compromisso. O brasileiro é muito solidário. A gente se emociona, quer doar, quer participar e, às vezes, na emoção daquele momento, se compromete e depois esquece. Uma coisa é essa emoção, outra coisa é a pessoa que está lá do outro lado na luta para encontrar o doador – destaca Claudia Caceres Astigarraga, que é responsável pelo Centro de Terapia Hematológica do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, que completou um ano de atividades e já realizou 17 transplantes.

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De acordo com a hematologista, não é raro ocorrer casos de pacientes que encontram doadores compatíveis, mas que, ao final, não são localizados.

– Já vivemos situações dramáticas de pacientes que morreram por isso. É frustrante para a equipe que o acompanha, para a família e, claro, para o paciente. Esta campanha tem o apoio dos hospitais de Clínicas de Porto Alegre, da Criança Santo Antônio e Santa Casa de Misericórdia, Sociedade Brasileira de Dermatologia Secção RS e RBG Comunicação Gráfica.

Para Francieli Taffarel, 24 anos, o primeiro choque ocorreu em outubro de 2014, data em que recebeu o diagnóstico de leucemia. Depois de dois meses fazendo quimioterapia, veio o segundo baque: a doença havia retornado, o que a obrigaria a entrar na fila para transplante de medula óssea.

– É desesperador porque é muito difícil encontrar um doador compatível – relembra.

Devido à gravidade do seu quadro, a equipe médica optou por um transplante haploidêntico (feito com um indivíduo 50% compatível). A boa notícia é que a esperança da jovem estava dentro de casa: em novembro de 2015, Francieli recebeu a medula do próprio pai e se recupera bem.

– Para quem está esperando aquela notícia é um momento muito feliz. É uma segunda chance que a gente tem de viver – diz, ao tentar resumir o sentimento que teve ao saber que havia encontrado um doador.

Hoje, o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores do mundo, ficando atrás somente de Estados Unidos e Alemanha. Mesmo assim, as chances de encontrar um doador compatível é uma em 150 mil, segundo Claudia:

– Eu brinco com meus pacientes que acharam um doador: "Nem joga na loteria porque tu já ganhaste a tua". É uma loteria de sorte e de amor.Assim que é informado de que precisará passar pelo transplante, o paciente é inscrito em um sistema que é sincronizado com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que reúne todos os doadores do Brasil, o que aumenta a importância de ter um banco de dados cada vez maior.

Se um doador for compatível a um paciente com necessidade de transplante, ele passa por exames para garantir seu bom estado de saúde. O procedimento é seguro, mas requer algumas orientações específicas. Embora não seja considerado doloroso, este processo pode causar um pequeno desconforto, dependendo da modalidade de doação realizada.

– A coleta de células-tronco ou medula óssea não gera qualquer impacto ou risco sobre a capacidade de locomoção do doador – garante Claudia.



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