Geral e Polícia



Caso inusitado

Jovem confessa à PF que se fazia passar por estudante de Medicina da UFSM

No Facebook, mulher relata a rotina de aulas práticas no Husm e posta fotos usando jaleco com logotipo da Federal

24/06/2016 - 20h00min

Atualizada em: 25/06/2016 - 10h00min


Pâmela Rubin Matge
Pâmela Rubin Matge
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A Polícia Federal (PF) de Santa Maria investigou um caso inusitado envolvendo uma jovem de 27 anos que estaria se passando por estudante da Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em postagens nas redes sociais.

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A ocorrência, registrada por uma servidora do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), foi especificada como "fato, em tese, atípico" e motivada depois da denúncia de uma professora ligada ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSM que teria visto uma aluna desconhecida tentado entrar em uma das aulas presenciais do curso.

Em seu perfil no Facebook, a jovem relata a rotina das aulas, inclusive, mencionado o atendimento a pacientes nas instalações do hospital e faz check-ins no local.

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A falsa aluna menciona aulas em especialidades como nefrologia, psiquiatria e cirurgia. Em um dos posts, ela descreve o atendimento a um paciente com AVC hemorrágico. Em outros, ela relata ter sido aprovada no curso (em março deste ano), ingressado no mestrado (logo depois) e no doutorado (em junho deste ano). Já em fotos, aparece usando estetoscópio e jaleco com o logotipo da UFSM. Fotos típicas de formatura, como aquelas em que os formandos aparecem de toga e beijando o canudo, também estão entre as publicações.


Segundo a assessoria de comunicação do Husm, não foram encontradas imagens da jovem circulando pelo hospital nem histórico de pacientes possivelmente atendidos por ela. Até este momento da investigação, não há relatos de que a falsa aluna tenha tentado prestar atendimento a qualquer pessoa.

Jovem confessou a mentira em depoimento à PF

Após o registro da ocorrência pela professora, na última segunda-feira, a jovem foi intimada a depor. Na última quarta-feira à tarde, na sede da Polícia Federal de Santa Maria, ela chegou acompanhada do marido e falou por cerca de uma hora ao delegado responsável pelo caso, Tiago Welfer.

Segundo a assessoria de comunicação da PF, ela confessou durante o depoimento que nunca foi estudante de Medicina, mas que sonhava em ser médica e queria surpreender o marido, que até então, acreditava na versão mulher.

À polícia, a jovem também contou que costumava circular pelos corredores da UFSM e pelo Husm para conversar com conhecidos.

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Ainda, conforme a assessoria de comunicação da PF, não houve nenhuma responsabilização criminal. Foram apurados os crimes de exercício irregular da profissão, falsidade ideológica e falsificação de documentos, mas nenhum deles se aplica ao caso da jovem. Nos posts, a jovem mantinha o próprio nome.

Não foi comprovado nenhum atendimento a pacientes e, mesmo que ela tivesse falsificado um documento contendo uma listagem com o timbre da universidade, ela não usou para nenhum fim, o que não comprova materialidade delitiva.

Sem registro de crimes, ela não precisou ser submetida a exames mentais, e o caso foi enviado Ministério Público Federal.

O rosto da jovem foi tapado para não expor a

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