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Porto Alegre tem ato contra a cultura do estupro

Organizada pelas redes sociais, manifestação foi realizada, em grande maioria, por mulheres, que ergueram cartazes com frases como "Eu não mereço ser estuprada", "Machismo mata" e "33 contra todas"

01/06/2016 - 18h07min

Atualizada em: 01/06/2016 - 21h48min


Karina Sgarbi

Tweets de @sgarbikarina

Em repúdio à cultura do estupro e pelo fim da violência contra a mulher, milhares de pessoas saíram às ruas em vários estados nesta quarta-feira. Em Porto Alegre, o ato, intitulado Por todas elas, teve como ponto de partida a Esquina Democrática, de onde três mil manifestantes – conforme a organização – seguiram para a frente do Palácio Piratini, onde ocorreu o encerramento pouco antes das 19h30min.

Antes da saída, foram realizadas falas e uma contagem regressiva iniciada no número 33, em alusão à quantidade de homens envolvidos no estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro. Um boneco também foi queimado no ato, simbolizando as vítimas da violência. Além disso, em conjunto, as participantes leram o Manifesto contra a cultura do estupro, um texto que resumiu a pauta defendida no ato.

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Com presença majoritária de mulheres, a manifestação foi organizada nas redes sociais por vários coletivos feministas. Além do repúdio à barbárie sofrida pela adolescente, a luta por outras demandas também marcou a mobilização.

– O ato é contra a cultura do estupro, mas também pedimos que haja imediatamente mais verbas para o combate à violência contra a mulher e punição aos estupradores – afirmou a publicitária Paula Alves, integrante do coletivo Vamos à Luta.

A caminhada até o Palácio Piratini teve apoio de moradores. Alguns piscaram as luzes dos apartamentos e aplaudiram as mulheres que passavam na rua. Em frente à sede do governo estadual, as mulheres usaram tinta vermelha para deixar marcas de mãos no asfalto, novamente simbolizando a luta contra a violência.

– Acho que a desigualdade que existe entre homens e mulheres precisa mudar. Não é só o que aconteceu com a menina, mas o que passamos todos os dias. O estupro foi o estopim e temos que sair na rua e mostrar que a nossa voz é importante – destacou a funcionária pública Maria Inês Cunha, 50 anos, participante do ato.

Ocupada em grande maioria por mulheres, a manifestação também teve a participação de homens, alguns ainda bem pequenos, como o filho da nutricionista Anelise Krause, 34 anos. Lúcio, de nove meses, participou da caminhada no colo da mãe.

– Eu espero que no futuro a gente consiga ter uma sociedade em que, com tranquilidade, o meu filho possa escolher sua orientação sexual e não reproduza essa cultura machista – disse Anelise.

Manifestações contra a cultura do estupro também ocorreram em pelo menos outros sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará e Sergipe.

Confira como foi a manifestação:

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*Zero Hora


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