Polícia



"Sempre Aberto"

Justiça suspende licença de trabalho para preso do semiaberto que faltava ao serviço em Porto Alegre

Acompanhado por reportagem da RBSTV, jovem de 21 anos, condenado por roubo de carro, deixava albergue mas não aparecia no emprego

29/07/2016 - 15h01min

Atualizada em: 29/07/2016 - 15h21min


José Luís Costa
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A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) anunciou nesta sexta-feira a suspensão da autorização para serviço externo de um apenado do semiaberto que saía do Patronato Lima Drummond para trabalhar, mas não aparecia no emprego.

O homem de 21 anos, condenado por roubo de carro, tinha licença para se ausentar do albergue entre 15h e 22h, de terças-feiras a domingos. Foi acompanhado durante quatro dias pela reportagem da RBSTV, e, em momento algum, ele estava na lancheria, que pertence à família dele.

O caso foi revelado em uma série de reportagens produzida em conjunto por ZH, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBSTV sobre o descalabro no semiaberto, e que ganhou o apelido de sempre aberto pelas forças policiais em razão do descontrole nas cadeias.

A ausência do apenado foi considerada "inadmissível" pela Vara de Execuções Criminais que revogou a licença de trabalho. Até a revelação do caso, não havia qualquer registro de anormalidade no prontuário do detento.

A superintendente da Susepe, Ane Stock, afirmou que a corporação tem atribuição de fiscalizar o trabalho externo, mas enfrenta dificuldades por falta de recursos humanos e materiais.

– Em Gravataí e em Novo Hamburgo, por exemplo, os presos do semiaberto com trabalho externo são fiscalizados – assegurou.

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Não só à Susepe cabe a tarefa. Conforme a Corregedoria-geral do Tribunal de Justiça do Estado, "a fiscalização do cumprimento da pena incumbe essencialmente à Susepe, mas os demais órgãos da execução penal, como Ministério Público e Judiciário, também têm competência para exercer a fiscalização do correto cumprimento da pena".

No Judiciário, a função deve ser desempenhada pelo comissário de vigilância, mas a exemplo do que ocorre no Executivo, a restrição de recursos impede contratação de servidores.

Atualmente, existem seis cargos criados para a função, sendo que dois fiscalizam o cumprimento da pena de prestação de serviço à comunidade e das condições do livramento condicional.


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