Violência
Obama: atirador "demente" de Dallas não representa os afro-americanos
Presidente negou que os Estados Unidos estejam retornando a uma situação de protestos e de manifestações como a que marcou o país nos anos 1960
O presidente americano, Barack Obama, afirmou neste sábado que os Estados Unidos não estão tão divididos quanto alguns sugerem, após a morte de cinco policiais em Dallas.
– Apesar de a semana ter sido dolorosa, acredito firmemente que os Estados Unidos não estão tão divididos quanto alguns sugeriram – disse ele, em uma entrevista coletiva ao final da reunião cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Varsóvia.
– Tem tristeza, tem raiva, tem confusão... mas tem unidade. Não é assim que queremos ser como americanos – frisou.
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Obama declarou ainda que o atirador não representa os afro-americanos, referindo-se a Micah Johnson, de 25.
– O indivíduo demente que realizou o ataque em Dallas não era representativo dos afro-americanos, assim como o atirador de Charleston não era representativo dos americanos brancos. Ou o atirador de Orlando, ou de São Bernardino, que não eram representativos dos muçulmanos – argumentou.
Obama negou que os Estados Unidos estejam retornando a uma situação de protestos e de manifestações como a que marcou o país nos anos 1960, apesar dos repetidos ataques raciais e das matanças.
– Quando começamos a sugerir que, de alguma forma, há uma enorme polarização e que retornamos à situação dos anos 1960 e... isso simplesmente não é verdade – insistiu Obama.
– Não estão sendo vistas revoltas. Não se está observando a polícia atrás de pessoas que estão protestando de maneira pacífica – completou.
Obama insistiu ainda que, depois do ataque em Dallas, "não se pode fingir" que uma legislação frágil sobre as armas seja "irrelevante".
– Se você se preocupa com a segurança dos oficiais de polícia, então não pode deixar de lado o tema das armas e fingir que é irrelevante – defendeu.
– Quando se fala de segurança e de armas, existe polarização: entre uma minoria e uma maioria de americanos que realmente pensa em que podemos ficar mais seguros com o uso das armas – comentou.
– Teremos de dar a partida nisso em algum momento. Não vou parar de falar nisso. Porque, se não falarmos sobre isso, não vamos resolver esses problemas de fundo. Isso é parte do problema.