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Investigação

Celular que estava com amigo de menino afogado em Imbé não tem Pokémon Go

Investigação irá apurar se o aplicativo foi apagado depois do incidente

09/08/2016 - 12h13min

Atualizada em: 09/08/2016 - 16h42min


Larissa Roso
Larissa Roso
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Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Arthur Bobsin Ferreira, nove anos, morreu afogado em um lago, em Imbé

O celular do amigo que acompanhava Artur Bobsin Ferreira, nove anos, que morreu afogado em um canal que tem ligação com o Rio Tramandaí nesta segunda-feira, em Imbé, passará por uma perícia. João Pedro Azzi, também de nove anos, tem um aparelho Alcatel One Touch com acesso à internet e plano de dados, mas que não continha o aplicativo do jogo Pokémon Go no momento em que foi recolhido pelo delegado Antonio Carlos Ractz, da Delegacia de Imbé, na manhã desta terça-feira.

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Os meninos jogavam bola perto da lagoa no momento em que decidiram entrar em dois caíques amarrados juntos à margem. Desde o momento do acidente, circularam rumores dando conta de que eles estariam caçando os monstrinhos do jogo de realidade aumentada quando seguiram para a água. As famílias dos dois meninos negam essa versão.

– (Logo depois do acidente) juntou muita gente na volta, muito curioso. A gurizada tava falando "no mínimo tavam pegando Pokémon" – conta o padrasto de Artur, Edvandro Zambarda, 46 anos, funcionário público.

Omar Freitas / Agencia RBS
O local onde os meninos teriam entrado na água

Segundo Ractz, o policial que registrou a ocorrência vai ser questionado sobre a origem da informação. Ele confirma que havia muitas pessoas no local. A perícia vai determinar se o aplicativo chegou a ser instalado no aparelho anteriormente.

– Agora o celular não tem o aplicativo do Pokémon Go, o que não descarta a hipótese de que eles pudessem estar jogando. De qualquer forma, não vou responsabilizar ninguém, não tem crime algum. Foi um acidente, uma brincadeira de criança – afirma Ractz.

Caso a investigação confirme a relação entre o uso do aplicativo e a morte de Artur, o delegado pretende entrar com uma medida judicial para que o jogo seja proibido.

– O meu temor é de que, se o jogo foi mesmo utilizado nesse caso, venha a causar outras mortes. Se eles estavam jogando e o jogou levou à morte, isso é gravíssimo. É um aplicativo gratuito, e as crianças não têm discernimento – acrescenta.

João Pedro relatou à polícia que os dois estavam jogando bola quando decidiram brincar nos caíques, soltando as cordas que os prendiam. João Pedro tentava passar para o barco de Artur quando teria se desequilibrado e caído. Artur, que não sabia nadar, teria então pulado na água para tentar salvar o amigo e acabou se afogando. O sepultamento será às 17h em Osório.


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