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Paixão tricolor

Cacalo: "As lições do passado"

Grêmio tem de utilizar o seu conhecimento em Mundiais de Clube para a estreia contra o Pachuca

12/12/2017 - 07h00min

Atualizada em: 12/12/2017 - 07h00min


Cacalo Silveira Martins
Cacalo Silveira Martins
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Jefferson Botega / Agencia RBS

Nesta segunda-feira, no dia 11 de dezembro, os gremistas comemoraram 34 anos da conquista do título mundial em Tóquio, em 1983. Sem dúvida, era outro momento, outra realidade. As circunstâncias que cercaram aquele jogo foram bem diferentes da tentativa do bicampeonato em 1995, contra o Ajax, que não ocorreu e, principalmente, desta temporada, onde o Grêmio volta a buscar o seu segundo Mundial.

Começava pela Libertadores e a forma diferente entre o modo de encarar os preparativos para o Mundial. Em 1983, na primeira Libertadores da América conquistada pelo Grêmio, a competição terminou em 28 de julho. Vale dizer que, até a disputa do título no Japão, haveria alguns meses de preparação. Reexaminando aquela situação, percebe-se que, por razões que não cabem agora examinar, o Grêmio perdeu um dos seus principais jogadores daquele time campeão. Refiro-me a Tita, grande jogador, que foi figura exponencial na conquista daquele título.

O pedido de Espinosa

Preocupado com o futuro e acreditando na oportunidade de fazer o Grêmio campeão do mundo, o vitorioso técnico Valdir Espinosa pediu à direção a contratação de Mario Sérgio. Disse textualmente que, se lhe dessem o meia, o Grêmio ficaria com a taça. Claro, o objetivo da contratação seria substituir Tita que havia deixado o clube. O presidente Fábio Koff e o vice de futebol Alberto Galia entenderam a postulação do técnico e atenderam o pedido. Mario Sérgio veio.

Essa pequena história tem o intuito de mostrar que o conceito de futebol aplicado no Grêmio, àquela época, tinha o significado de demonstrar que, valendo-se do longo período entre o final da Libertadores e a decisão do Mundial, seria preciso reforços. E Mario Sérgio não foi o único.

Doze anos depois, após conquistar o bi da Libertadores em 30 de agosto de 1995, a situação estava prestes a se repetir. Ou seja, haveria tempo suficiente para se tentar buscar reforços para aquela equipe campeã. No entanto, havia uma diferença fundamental e decisiva. O time de 1995 não havia perdido nenhum jogador titular. Qualquer reforço que pudesse vir, e veio, seria em nível de grupo.

Situação não se repetiu

Por outro lado, não haveria motivo para alterar uma equipe que vinha com um brilhante desempenho em todas as competições que disputava. Tanto isso é verdade que, antes do Mundial e da Libertadores, aquela equipe conquistou títulos, e isso se confirmou mesmo após a derrota para o Ajax, obtendo novas e importantes conquistas nos anos seguintes.

Fica claramente demonstrado o conceito de futebol aplicado em 1995 para efeito de disputa do Mundial, uma vez que, após várias reuniões das quais eu mesmo participei, chegou-se à conclusão de que aquela equipe titular era tranquilamente suficiente para buscar o título. E essa decisão, pelo que se viu, tinha alguma procedência, na medida em que o time jogou quase 70% da partida contra o Ajax com um jogador a menos, e apenas foi derrotada nas penalidades máximas.

A nova fórmula

Agora, em 2017, mudou a fórmula do Mundial. Ficou mínimo o espaço de tempo entre a decisão da Libertadores e a disputa da semifinal. Logo, não haveria outra filosofia a ser aplicada do que reunir forças, mobilizar o grupo e ir à luta. Nós, gremistas, temos consciência de que poderíamos estar disputando o tri, mas também temos convicção plena de que, apesar das dificuldades que surgirem e, certamente vão surgir hoje à tarde, temos uma equipe forte o suficiente para ultrapassar essa semifinal e encaminharmos a decisão.


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