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Canoas

Olímpiadas da Apae promovem inclusão e desenvolvimento

Olimpíadas Especiais das Apaes do Rio Grande do Sul envolvem 800 competidores com necessidades especiais. Jogos vão até amanhã.

06/12/2017 - 21h23min

Atualizada em: 06/12/2017 - 21h23min


Jeniffer Gularte
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André Ávila / Agencia RBS
Gabriela e Alisson durante a prova de Bocha

Em onze modalidades esportivas, entre as quais atletismo, natação e basquete, 800 competidores participam, até amanhã, da 20ª Olimpíadas Especiais das Apaes do Rio Grande do Sul. As disputas, que começaram na segunda-feira, ocorrem no Complexo Esportivo da Ulbra Canoas, reúnem 205 Apaes de todo Estado e têm por objetivo integrar atletas e promover sua inclusão na sociedade. 

Para a diretora da Apae de Taquara, Silvia Gelinger, a integração e o aprendizado que o esporte proporciona são fundamentais para o desenvolvimento dos alunos:

— Nós aprendemos com eles, e eles aprendem entre si. Penso que o verdadeiro espírito de competição, aquela olímpica e saudável, acontece entre eles, que são solidários e se preocupam com os colegas.

A pedagoga e educadora social da Apae, Maria Senilda Oliveira, garante que o esporte faz a diferença também no desenvolvimento físico dos atletas especiais. Na tarde desta quarta-feira, ela acompanhou o aluno Alisson Quadro dos Passos, 24 anos, de Canoas, durante a prova de Bocha. Há um ano, o jovem começou a praticar o esporte e há três meses se dedica em treinos específicos para as Olimpíadas:

— A gente vê coisas maravilhosas acontecendo com eles. O Alisson melhorou o movimento das mãos. Antes, ele pegava a bola e ficava com ela na mão, não largava. 

Mas, nos treinos, a professora percebeu que, quando era estimulado, ao ouvir seu próprio nome, Alisson jogava a bola no chão.

— Hoje, ele toma suco sozinho e come o lanche — comemora Maria. 

Mãe de Alisson, a dona de casa Elisabeth, 58 anos, conta que o filho frequenta a Apae desde criança mas que foi prática de esporte que o fez evoluir:

— As mãos dele eram mais travadas, senti essa mudança. 

Sem limites para se desafiar
Na bocha, Alisson competiu com Gabriela de Lima Fagundes da Silva, 19 anos. Nessa modalidade, ela levou a melhor. Mãe da menina, a dona de casa Noeli, 44 anos, fica orgulhosa ao ver a filha, que tem Meningo (doença que afeta a coluna), disputar um torneio esportivo.

— Ela pede para praticar esporte. No ano que vem, quer ir para a dança. Vejo que fica feliz no esporte, e eu também estou feliz por ela — derrete-se a mãe.

O diretor da Federação das Apaes, Afonso Tochetto, reforça a tese das olimpíadas como processo de inclusão:

— É um momento muito significativo para as pessoas com deficiência. Estamos fazendo hoje um inclusão de acordo com cada característica do aluno. 

As disputas ocorrem das 8h30min até as 18h. Hoje, haverá torneios de bocha, futsal, futebol sete, handebol e basquete. O evento é realizado e promovido pela Federação das APAEs do Estado do Rio Grande do Sul (FEAPAES-RS), com apoio da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

Sobre a Apae
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Aper) surgiu em 1954, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma organização social que promove a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e múltipla. A Apae está presente em mais de  2 mil municípios brasileiros.


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