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Coluna da Maga

Magali Moraes escreve sobre a perigosa combinação de fome e supermercado

19/02/2018 - 10h00min


  

Miguel Neves / Divulgação

Todo mundo sabe que não pode, nunca dá certo. Mas eu fui com fome no supermercado. A geladeira implorava. Caso contrário, a família jantaria água. Fui na saída do trabalho, naquele horário em que a gente come até pedra se colocar um salzinho. A coisa complicou no fim da tarde, quando bateu a fome geral e meus colegas só falavam em comida. Ao chegar no súper, eu já lutava contra pensamentos gordos. Decidi focar no que me levou até lá: fritas (opa! frutas) e verduras. 

Mas a vida sabe ser irônica. Qual a primeira cena que vi? Um menino abocanhando uma imensa rosca de polvilho. Virei o rosto pro outro lado e mentalizei um carrinho de compras bem magro. A essa altura, meu estômago já urrava. Oficialmente, eu estava varada de fome. Cada corredor do súper é uma prova de fogo. Passei pelos biscoitos recheados, os chocolates, as massas. O pior ainda estava por vir: a tentação (opa! seção) de pães. Imagina aquele suspiro que vem de dentro. Saiu sozinho. Acho que deu pra ouvir na rua.

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Alucinações

Quando cheguei na parte do hortifrúti, as provocações continuaram. Ou seriam alucinações? As ervilhas tortas me lembraram de torta (de chocolate, óbvio). A couve-manteiga me fez sonhar com uma manteiguinha derretendo no pão francês. A batata doce que o filho pediu me teletransportou pra seção de doces. Fui salva pela rúcula, a alface e o espinafre. Trio parada dura. Foi como se eles me dessem um tapa na cara, acordando do devaneio.

Dou um doce pra quem adivinhar o final dessa história. Quando eu já estava jogando tudo pro alto e correndo pra fila do pão de queijo, ouvi um simpático "Magali!!". Era o leitor Juan. Segunda vez que a gente se encontra. Conversamos um pouquinho e me acalmei. Lembro de ter comentado que eu estava com fome (boca santa). Espero que o Juan não tenha ouvido a minha barriga roncar. O fato é que terminei as compras e passei reto pelos bombons no caixa. Jantei magrinho. Que vitória! 



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