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Estrelas da Periferia

Conheça o Encruzilhada do Samba, que vem chamando atenção nas rodas

Coletivo tem junção de várias gerações de sambistas e defende as periferias e as tradições culturais do país

20/03/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Fernando Gomes / Agencia RBS

Levantando a bandeira de que as rodas de samba são a resistência da cultura popular, o grupo Encruzilhada do Samba vem chamando atenção em eventos de rua em Porto Alegre. 

O grupo, que surgiu no início do ano passado, é um coletivo tipicamente de rua, como define domdiegosilva, um dos vocalistas da banda.

— No próprio nome do grupo, já há o desejo de vincular a banda com algumas causas. Dar voz, por exemplo, às comunidades periféricas e resgatar a tradição cultural brasileira — diz ele, que continua:

—  A Encruzilhada do Samba escolhe a rua, junto do povo que lá habita. É uma forte ligação. 

Gerações

Com integrantes de diversos bairros da Capital, como Vila Ipiranga, IAPI, Bom Jesus e Rubem Berta, o coletivo faz uma mescla interessante de perfis. Entre os integrantes, como domdiego ressalta, há brancos, negros, homossexuais e mulheres.

— É uma mistura de gerações e identidades — explica o músico, ao citar integrantes como Tânia Machado (70 anos, que toca tam-tam) e Natália dos Santos (31 anos, pandeiro e voz). 

Qualquer lugar

Seja no Viaduto do Brooklyn, na Cidade Baixa, onde eles tocam todas as terças-feiras, no Afrosul-Odomodê, onde se apresentam junto com o Maracatu Trovão, ou em eventos no Centro da Capital, a proposta do grupo é sempre a mesma: roda de samba de rua, inclusiva, tocando releituras de grandes nomes da história da música nacional. 

O repertório inclui nomes como Cartola, Criolo, Paulinho da Viola e Chico Buarque, além de algumas faixas próprias, como o samba Morena Maneira, uma das mais pedidas nas apresentações, segundo domdiego.

— Está nos planos do grupo a gravação do clipe desta canção, mas ainda estamos lidando com as dificuldades financeiras geradas pela escolha de tocar nas ruas de maneira inclusiva, onde todos podem assistir, tendo ou não dinheiro. Quem pode, contribui no chapéu — afirma o vocalista.

Um dos próximos eventos que o Encruzilhada do Samba participará será o Páscoa do Povo, no dia 1º de abril, no Viaduto da Conceição, em Porto Alegre. 

Ainda integram o grupo Lu Mello (percussão geral), Márcio Sobrosa (cuíca e voz), Luís Arnaldo Cabreira (cavaco e voz) e Cláudio Diehl (agê, uma espécie de porongo, comum nos terreiros de matriz africana). 

— Para participar da seção, mande um pequeno histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas e vídeos e um telefone de contato para jose.barros@diariogaucho.com.br.

—Para falar com o grupo, ligue para 98234-5933.

Pitaco:

Guto Paulista fala sobre o som do grupo:

— É sempre bom ver que o samba está sendo cultivado. Achei muito bom o trabalho. Eles fazem o verdadeiro samba de raiz, com cunho social. Torço que continuem buscando seu espaço e que sigam dando espaço para as damas da nossa música.




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