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Solidariedade

Estudantes desenvolvem CineMóvel para crianças com necessidades especiais

Trabalho de conclusão de jovens está trazendo lazer aos internos da Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia, na Capital

12/03/2018 - 07h00min


Jeniffer Gularte
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Bruna e Ketlen reutilizaram materiais para criar o CineMóvel

O trabalho de conclusão de duas jovens aprendizes está proporcionando um ato de inclusão para internos da Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia, no bairro Rubem Berta, zona norte da Capital. Bruna Senra Carvalho, 17 anos, e Ketlen Aparecida Ribeiro Gonçalves, 19 anos, participaram do curso de Operador de Computador do programa Jovem Aprendiz no Polo Marista de Formação Tecnológica, na Capital. Elas desenvolveram um equipamento batizado de CineMóvel – um computador adaptado em uma mesa com rodinhas, para ser usado por pessoas com necessidades especiais. Ele possui na memória mais de 20 filmes, a maioria deles de desenho animado.

– Queríamos fazer algo que pudesse sair daqui e ajudar outras pessoas. Aí, foi surgindo a ideia do CineMóvel – diz a Bruna, aluna do terceiro ano do Ensino Médio, bolsista do Colégio Marista Irmão Jaime Biazus. 

O desafio das meninas foi adaptar o processador do computador em um compartimento que pudesse ser acoplado a uma mesa. Primeiro, tentaram com material acrílico, sem sucesso, e depois optaram por madeira MDF. Ainda precisaram pensar em como dar ventilação e refrigeração ao aparelho. 

– O mais legal é que as duas montaram uma máquina personalizada para a necessidade dessas crianças. Instigamos os alunos a desenvolverem aparelhos que fujam do padrão. Já montamos um computador até dentro de pneu – exemplifica a coordenadora do Polo Marista de Formação Tecnológica, Marcia Broc. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
CineMóvel foi doado para a Casa dos Excepcionais

Materiais reutilizados

Tudo foi desenvolvido com materiais usados descartados em pontos de coleta nas Instituições Maristas ou doados por empresas diretamente ao Polo, que fica no bairro Mario Quintana. Ou seja, as meninas precisam reaproveitar o que já deixou de ser usado e dar vida a um novo aparelho. Até a madeira para fazer o compartimento que abriga o processador é de reaproveitamento. 

– Além de tudo, precisávamos cuidar para não deixar nenhum fio solto (como pode ocorrer em computadores convencionais) e ligamos a tela e o processador em apenas um fio de energia – explica Ketlen, também aluna do terceiro ano e bolsista do Colégio Marista Irmão Jaime Biazus.

Cuidado com a segurança

Orientado pela educadora Cristiane Aguiar, o CineMóvel levou em consideração o cuidado e a segurança de quem for utilizá-lo. 

O curso ocorre no turno oposto ao da aula e foi concluído pelas meninas no ano passado. Foi montado em dois meses, durante cinco tardes de trabalho por semana.

– Quando fomos levar o CineMóvel até a Casa do Excepcional, víamos no olhar dos internos que eles estavam felizes vendo filmes. É uma forma de entretê-los – admite Bruna. 

– Foi gratificante poder ajudar pessoas que não estão no nosso convívio pessoal, foi emocionante ver como eles reagiram  – afirma Ketlen.

O coordenador-geral da Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia, Adilson Carvalho Bittencourt, elogia o gesto das meninas.

– É muito legal quando jovens como elas pensam em pessoas que estão fora do seu círculo. A gente sente os internos mais calmos quando estão vendo os filmes, já fizemos sessões de cinema com pipoca, eles adoram – afirma. 


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