Polícia



Santa Maria

Polícia aguarda melhora de sobrevivente para tentar entender assassinatos de pai e filho  

Vera Lucia Gonçalves, 52 anos, segue internada no Hospital Universitário de Santa Maria

05/03/2018 - 15h20min


Camille Wegner
Camille Wegner


Marcelo Martins / Agência RBS

A Polícia Civil ainda tenta desvendar o crime que resultou na trágica morte de pai e filho na madrugada de sábado (3) em Santa Maria. O atirador, Diego Anderson Fontoura, 29 anos, morreu na madrugada de domingo (4), no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), após parada cardiorrespiratória. Mas a polícia ainda quer esclarecer o que levou o homem a cometer a sequência de crimes. De acordo com os boletins médicos repassados à Polícia Civil, Fontoura teria sido internado em uma espécie de surto, que ainda não foi esclarecido.

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De acordo com o delegado Sandro Meinerz, responsável pela investigação, a polícia espera agora a autorização médica para ouvir a mãe e esposa das vítimas, Vera Lucia Gonçalves, 52 anos, que segue internada no Husm. Ela poderá explicar como se deu a ação dentro do apartamento.

Ainda no fim de semana, algumas testemunhas foram ouvidas sobre o que ocorreu na Rua Floriano Peixoto, antes do atirador entrar no apartamento da família. Elas relataram que foram surpreendidas pelo homem e que não viram de onde ele veio.

Ainda conforme Meinerz, mesmo que o atirador não possa mais ser responsabilizado – por já ter morrido – ainda há questões que precisam ser esclarecidas. Imagens de câmeras de segurança de locais próximos ao crime estão sendo solicitadas para apurar o percurso que Fontoura fez antes de chegar à Rua Floriano Peixoto:

_ Há fatos que precisam ser esclarecidos no desdobramento dessa investigação. A questão da arma de fogo: uma pistola 9 milímetros. Nós queremos apurar a procedência dessa arma. É uma incógnita para nós. Queremos saber se ele a trouxe de Florianópolis, onde estava residindo, ou se adquiriu em Santa Maria. Se (a arma) é daqui de Santa Maria, ela pode ter envolvimento em outras ações criminosas, já que vários homicídios na cidade foram registradas com uso de pistola 9 milímetros. E também precisamos saber as razões que levaram o indivíduo a agir daquela forma. Precisamos saber que tipo de substância ele ingeriu, por meio do exame toxicológico _, afirmou o delegado.

O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, mas pode ser prorrogado. Segundo a polícia, fotos do atirador foram mostradas às pessoas da família das vítimas que afirmaram não conhecê-lo. O que faz com que seja mantida a tese de que  foram escolhidas aleatoriamente pelo homem. Foutoura tinha várias passagens pela polícia. Ele já tinha sido preso por roubo à residência e tráfico de drogas, além de ter passagens por posse de entorpecentes.

O caso

Na madrugada de sábado, Fontoura andava armado pela Rua Floriano Peixoto, no centro de Santa Maria, quando abordou um grupo de pessoas. Ele afirmou que estava sendo perseguido e pediu carona para sair do local. Ao ter a negativa, atirou contra Marcelo Fraccari, dono do veículo que segue internando em estado estável no Hospital de Caridade. Depois, pulou um muro, acessou um prédio e entrou no apartamento da família, onde matou Gilberto Mendes de 62 anos e o filho dele Gabriel Mendes, de 16. Ele também feriu a esposa e mãe das vítimas – Vera Lucia Gonçalves, de 52 anos que permanece internada e não corre risco de morrer.

_ Ao que tudo indica, ele estava em delírio, em uma paranoia, por isso achava que estava sendo perseguido. Pediu auxílio ao Marcelo na Rua Floriano Peixoto e por não ter atendido seu pedido, deu um disparo de arma de fogo no tórax do rapaz. Depois disso, ele correu e o primeiro pátio que ele encontrou com condições de ingressar era aquele. Ele pulou e já teria encontrado a porta aberta devido ao hábito diário da vítima que costumava levantar de madrugada. Gilberto foi morto no corredor da casa e nós acreditamos que ou ele correu para dentro ou estava dentro e foi surpreendido pelo indivíduo que acessou a primeira porta que viu aberta _, destacou Meinerz.

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