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Passageiros reclamam do sufoco que é viajar nos ônibus da Transcal

Usuários que fazem o trajeto de Gravataí e Cachoeirinha à Capital relatam que ônibus são lotados, há atrasos e sucateamento da frota. Empresa não se manifesta

27/09/2018 - 07h00min


Maria Eugenia Bofill
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Empresa não se manifestou sobre reclamações dos usuários

Para moradores de Cachoeirinha e Gravataí, pegar um ônibus para Porto Alegre pode ser uma grande dor de cabeça. Poucos veículos, horários limitados e, para completar, parte da frota sem cobradores são as principais reclamações dos usuários dos coletivos da empresa Transcal.

A demora dos ônibus é assunto permanente entre os que, a partir das 17h, ficam nas filas do Terminal Praça Rui Barbosa, no centro da Capital. No local, passageiros relatam que os ônibus executivos chegam com frequência, enquanto a espera pelos comuns, que têm a tarifa mais barata, chega a uma hora.

— Se estamos vindo trabalhar e o ônibus comum demora, somos obrigados a pegar um executivo, mas o vale-transporte paga o comum, ficamos no prejuízo — reclama Clovaldir Cardoso, 49 anos, de Cachoeirinha.

Cobradores

Isadora Neumann / Agencia RBS
Ônibus operam sem cobradores, motoristas fazem a cobrança da passagem

Segundo os usuários, há cerca de seis meses diversos coletivos estão circulando sem cobradores. Motoristas cobram a passagem dos passageiros que não possuem o cartão do bilhete metropolitano.

— O cobrador não servia apenas para cobrar. Era para ajudar também. Eles auxiliavam os deficientes físicos, os idosos. Faz uma diferença grande. Além de que os motoristas estão fazendo duas funções agora — afirma Adriana Ferreira, 45 anos, moradora de Cachoeirinha, que aponta ainda que o serviço é ruim e precário, e os ônibus, sempre lotados. 

Isadora Neumann / Agencia RBS
Salete depende dos ônibus da Transcal para voltar para casa

— Sem cobrador, as viagens demoram mais, porque agora é o motorista que tem que cobrar. O cobrador também auxiliava o motorista — ressalta Clovaldir.

A professora Salete Garcia dos Santos, 59 anos, conta que no trabalho anterior precisava sair cerca de 40 minutos mais cedo para conseguir pegar o ônibus para voltar para casa, em Gravataí. 

— Tiraram diversas linhas que circulavam nos ônibus comuns e deixaram só no executivo. E as que permanecem, demoram para passar. Tem cabimento ser de hora em hora? — questiona a professora.

Muita gente, poucos horários

Isadora Neumann / Agencia RBS

A auxiliar de limpeza Geci Stelzr, 46 anos, reclama que os horários são muito espaçados e que há poucos ônibus, principalmente a partir das 17h.

— Se perco o das 18h35min, só às 19h30min. Mas o executivo, colocam um atrás do outro. E é sempre lotado, tanto na vinda quanto na volta — relata a auxiliar.

Outra reclamação entre os passageiros é a condição dos ônibus, que estragam com frequência.

— Volta e meia os ônibus quebram. Mas não repõem com novos, são sempre com os mesmos. Nova frota, só de executivos — enfatiza Salete

A tarifa dos ônibus comuns até a Capital custa R$ 5,60, do executivo R$ 7,90 e do seletivo R$ 10,50, tanto para Cachoeirinha como para Gravataí.

Durante uma semana, a reportagem tentou contato com a empresa Transcal para repercutir as queixas dos usuários. Foram diversas ligações telefônicas e e-mails enviados, mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno por parte da empresa. 


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