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Aposta no rap de protesto e ações comunitárias: conheça o Cria di Favela

Grupo surgiu em Esteio, em 2006.

06/11/2018 - 07h00min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
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Abraçando a bandeira do rap de protesto, o grupo Cria di Favela celebra 12 anos de estrada neste ano. Fundado no bairro Primavera, em Esteio, em 2006, por Caetano e Nego Maio, o grupo se inspira em nomes fortes do rap de protesto no país, como Sabotage (1973 _ 2003) e Facção Central. 

Fernando Gomes / Agencia RBS
Rappers na casa do Hip Hop, em Esteio

— O grupo é formado pela base da resistência. Às vezes, somos até chamados de contundentes, pelo fato de falarmos muitas verdades nas nossas músicas — explica Nego Maio. 

Com dois discos lançados, Quando a Cabeça Não Pensa o Corpo Padece (2008) e 5 Anos de Cria (2011) o Cria di Favela também tem uma vertente social, pois seus integrantes dão palestras em escolas públicas da região e também nas comunidades.

— Normalmente, os jovens estão em uma fase de escolhas. Então, muitas vezes, a referência mais próxima que eles têm é o crime. Nas palestras, passamos a ideia de que, no mundo do crime, o preço cobrado é caro. A vida honesta é mais difícil, porém, é digna e melhor — afirma Nego Maio.

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Outro projeto interessante do grupo é foi batizado de A Comunidade é Nós, que já teve quatro edições. Criado pelos rappers, a iniciativa leva shows gratuitos para as comunidades, além de distribuir brinquedos para a criançada. 

— Esse projeto é uma espécie de celebração entre o grupo, as crianças dos bairros e moradores. Proporcionamos cortes de cabelo gratuitos, brinquedos infláveis e comida para a gurizada, além de sorteio de brindes — comenta Nego Maio. 

Na sua trajetória, o grupo já abriu shows para nomes como Ndee Naldinho e Nitro Di, além de se apresentar em eventos comunitários na região. Um dos principais orgulhos dos rappers é o clipe da canção Nóis Memo. Ainda neste ano, o grupo pretende lançar um novo disco, clipes de suas canções, como Mundão Tá Fosco e Das Cinzas à Ruína, e ainda "um projeto surpresa", no fim de 2019. 

Ainda integra o grupo Preto NV. 

Pitaco

O produtor artístico Adriano Brasil fala do som do Cria di Favela.

— É importante que o rap de protesto, mais combativo, siga tendo seu espaço. É legal que o grupo já tenha dois discos gravados, mas [e importante, atualmente, investir na gravação de clipes. Mas o trabalho deles é muito bom, tem boas letras, parabéns!




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