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Dia de reajustes nas tarifas dos ônibus da Capital e do Trensurb

Passagens passam a ter novo valor a partir de hoje. Transporte coletivo terá aumento de 27% e passa a custar R$ 4,70, e o trem, R$ 4,20, um aumento de 9,3%

13/03/2019 - 06h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
alberi@diariogaucho.com.br
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Lauro Alves / Agencia RBS
Usuários terão reajustes nos dois principais modais de transporte público

Quem andar de ônibus ou de trem hoje sentirá no bolso o peso dos reajustes das passagens. Os dois principais modais de transporte público – para quem mora na Capital ou em cidades da Região Metropolitana e Vale do Sinos – iniciaram a operação com nova tarifa. No caso dos coletivos, a passagem subiu 9,3%, de R$ 4,30 para R$ 4,70. 

No trem, o reajuste foi de R$ 3,30 para R$ 4,20 – aumento de 27%. As integrações também terão seus custos elevados. Quem usa o trem e os ônibus da Capital passará a pagar R$ 8,01 pela integração – até ontem o valor era de R$ 6,84. 

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A integração com as linhas da Vicasa em Canoas passará de R$ 7,37 para R$ 8,18. Quem recarregou o TRI ou o SIM até ontem, pagará o valor antigo das tarifas da Capital e do Trensurb pelos próximos 30 dias. Depois disso, o valor passa a ser o atual. 

Como, por lei, o preço da lotação deve ser entre 1,4 e 1,5 vezes maior que o do ônibus, a passagem dessa modalidade também subiu. Agora, a tarifa das lotações custa R$ 6,60. 

Insatisfação

Para muitos usuários, a qualidade dos modais não justifica o aumento. Tanto no trem quanto no ônibus, as principais reclamações estão relacionadas ao sucateamento das frotas e à falta de ar-condicionado. 

Impacto

Lauro Alves / Agencia RBS
A mineira Bárbara da Silva avalia o transporte de Porto Alegre

Morando em Porto Alegre há um mês, a mineira Bárbara Iolanda Amaral da Silva, 22 anos, tem usado o ônibus com frequência. Voluntária em um projeto social na Vila Ipiranga, Bárbara notou diferenças entre os sistemas da Capital e de Minas Gerais. 

— Está ficando caro para todos andar de ônibus. Mas sinto que os ônibus são mais velhos aqui — conta.

Para a estudante de administração Bruna Silva de Souza, 25 anos, do bairro Moradas da Hípica, na Zona Sul, “os ônibus estão sucateados”.

— Hoje peguei um ônibus com o apoio de braço quebrado. Pagamos um alto preço por um serviço que está abaixo do aceitável — critica Bruna.

A autônoma Evelise Zimmer, 40 anos, costuma se deslocar de São Leopoldo para Porto Alegre de trem. Como paga a passagem em dinheiro, acredita que o aumento vai impactar no seu orçamento. Filha de Evelise, a atendente comercial Eduarda Zimmer, 19 anos, destaca ainda que, pelo custo da tarifa, os trens poderiam ser mais limpos.

— Esse aumento não corresponde ao serviço que nos é oferecido — avalia.

O barbeiro Douglas Henrique da Silva, 32 anos, usa pouco o trem e uma das razões é o custo da passagem. 

— Quando pego um desses vagões novos, não me incomodo pelo preço. Mas para quem usa todo dia, e enfrenta trens mais velhos, é complicado.

Justificativas para reajustes

Representante dos consórcios de ônibus da Capital, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) acredita que a principal razão para o aumento da tarifa está no número de isenções do sistema. Em nota, a instituição explica que os ônibus carregam uma parcela de usuários que não paga, como idosos acima dos 65 anos, por exemplo. E a outra parte dos usuários, que paga para usar, vem caindo ano a ano. 

Nas palavras do diretor executivo da ATP, Gustavo Simionovschi, “com menos pessoas para dividir a conta, ela fica maior”. Uma das opções, segundo o diretor, seria a busca de outras fontes de receita que subsidiassem essas gratuidades, como o apoio do poder público. Atualmente, todo o custeio do sistema de ônibus depende somente do que é arrecadado com a cobrança da tarifa.

Recomposição

Eduardo Pinzon / Agência RBS
Tarifa do Trensurb está 27% mais cara

Já a Trensurb defende que esse reajuste é “a última parcela de uma recomposição tarifária referente ao período de 10 anos sem alteração no valor da passagem”. Em nota, a administradora diz que, no tempo em que o preço da passagem foi congelado, os custos da empresa “tiveram aumento substancial, em especial o pagamento do consumo de energia elétrica”. 

Ainda assim, a Trensurb ressalta que, mesmo com a alteração no valor, o trem continua tendo a menor tarifa entre os transportes metropolitanos, sendo mais barato que o valor da passagem de ônibus entre os municípios da Região Metropolitana, excluindo-se a Capital.

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