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Porto Alegre

Aplicativo de serviços criado no Estado gera oportunidades de trabalho para egressos de cursos do Pão dos Pobres

Jovens que fizeram cursos em diversas áreas poderão oferecer seus serviços por meio do Trifácil

01/05/2019 - 07h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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André Ávila / Agencia RBS
Victoria Silva Machado fez curso para ser serralheira

O Pão dos Pobres Santo Antônio, fundação que auxilia crianças e jovens de baixa renda, tem 123 anos. O aplicativo Trifácil, criado numa startup 100% gaúcha do Tecnopuc – parque tecnológico da PUCRS – recém completou seu primeiro mês de existência. Entretanto, a idade das duas instituições foi um número pouco significativo na hora de formar uma parceria que promete dar aos jovens egressos da fundação uma oportunidade para geração de renda. 

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O Trifácil é um aplicativo para prestação de serviços, onde o usuário pode requisitar desde coisas simples, como a troca da resistência de um chuveiro, até serviços mais delicados, como consertos hidráulicos e de alvenaria. Já os jovens que estudam no Pão dos Pobres obtêm conhecimento sobre diversas áreas, como serralheria, marcenaria, mecânica automotiva e assistência administrativa, entre outros cursos profissionalizantes oferecidos no Centro de Educação Profissional (CEP) da instituição. 

Um completa o outro. E foi nessa junção que os criadores do aplicativo viram a oportunidade de oferecer aos jovens que estudam no Pão dos Pobres a oportunidade de prestar serviços por meio do Trifácil.

– Estávamos estudando maneiras de aumentar nossa base de prestadores. Então, pensamos nas escolas técnicas, que formam muitos profissionais por semestre. Chegamos ao Pão dos Pobres, que dá oportunidade de estudo aos jovens de baixa renda – conta Alexandre Ortega, 47 anos, um dos sócios da startup.

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André Ávila / Agencia RBS
Bruno está animado com o crescimento do app

Habitação

Depois de apresentação do aplicativo aos jovens da fundação, cerca de 50 candidataram-se para prestar serviços por meio da plataforma. O processo de triagem, que consiste em entrevista presencial e apresentação de documentos pessoais, está em andamento. Atualmente, cerca de 15 egressos do Pão dos Pobres já estão habilitados no aplicativo.

– Esse número tende a triplicar. Em julho, ainda haverá formatura de novas turmas – explica outro sócio da empresa, Rodrigo Pinto, 34 anos.

A parceria entre a fundação para jovens carentes e o aplicativo gaúcho foi além do fornecimento de mão de obra. Como pontua Rodrigo, "a troca de capital intelectual está sendo uma parte muito importante do processo". Isso se dá por meio de palestras e oficinas realizadas pelos sócios com os jovens da instituição. No próximo mês, uma oficina vai ensinar aos estudantes que estão perto de se formar os processos necessários para ser um Microempreendedor Individual (MEI).

– Essa parceria que conseguimos com o Pão dos Pobres é justamente o diferencial do aplicativo – completa Fernando Martini, 35 anos, também sócio da startup.

André Ávila / Agencia RBS
Criadores do aplicativo

Quem completa o quarteto de criadores é o desenvolvedor Fernando Martini, 35 anos. Os rapazes conseguiram incubar a empresa no parque tecnológico da PUCRS depois de participarem de um edital aberto pela instituição para selecionar novas startups – empresas com ideias de negócio inovadoras, que possam ter seu modelo repetido e escalável, com chance de crescer sem limitações regionais. O app Trifácil, atualmente, está disponível para Capital e Região Metropolitana. Com a popularização, a ideia dos criadores é expandir para cidades do Interior, como Caxias do Sul e Passo Fundo, por exemplo.

Expectativa é grande entre estudantes

Prestes a se formar no curso de serralheira de CEP, Victória Silva Machado, 22 anos, já está cadastrada na base de prestadores do aplicativo. Para ela, a parceria feita pela instituição onde estuda tende a dar muito certo. Victória mora na Restinga, zona sul da Capital. Para completar a renda da família, composta pela bolsa que recebe do Pão dos Pobres, ela faz alguns "bicos". Agora, pretende fazer do aplicativo também uma fonte de renda.

– Já tem alguns serviços que aparecem, mas assim que popularizar vai melhorar mais ainda. Estou torcendo para o aplicativo bombar – projeta ela.

Quem também está torcendo para o número de pedidos aumentar é o estudante Bruno Camboim, 23 anos. Colega de Victória, ele acredita que o aplicativo vai auxiliar na complementação de renda. Atualmente, além do curso, Bruno trabalha em uma imobiliária prestando serviços gerais, como pintura e alguns consertos.

– Quando mais gente começar a usar o aplicativo, vamos ter bastante serviço – torce Bruno.



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