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Papo Reto

Manoel Soares: "Quando ficamos em casa, deixamos de ser possíveis transmissores do corona" 

Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho

18/04/2020 - 05h00min


Lauro Alves / Agencia RBS

As quebradas gaúchas ainda subestimam o coronavírus. Confesso que entendo a descrença, acham que não é tudo isso, entendem que se fosse tão complicado já teria matado geral. Mas essa doença é como tsunami, quando nos damos conta já está em cima e não tem para onde fugir. Os pedidos não são tão absurdos, basta sair de casa só em situações de reais necessidades e evitar aglomerações. Além disso, para não se contaminar, o ideal é lavar a mão pelo menos cinco vezes ao dia ou quando chegar em casa. 

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Quem não tem como lavar a mão, usa álcool gel, quem não tem álcool gel usa água e sabão. Quando recebo imagens da galera curtindo festa funk na quebrada, pagodeira lotada de gente tomando ceva ou todo mundo batendo uma bola fazendo um churrasco como se nada tivesse rolando, me preocupo. 

Infelizmente, não tem quarto de UTI para todo mundo e, quando o bicho pegar e começarmos a ver nossos pais e avós morrendo no corredor de hospital se retorcendo de dor por não ter oxigênio no pulmão, vamos nos dar conta de que dar aquele rolê não era tão importante assim. 

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O respirador, equipamento que pode salvar a vida das pessoas nessa hora, não é disponível em grande quantidade, e as equipes médicas vão ter que decidir quem vive e quem morre. Sei que muitos que leem esse texto não acham que vão ter problemas, mas serão os que vão levar o vírus até quem não tem chance de sobreviver. Quando ficamos em casa, deixamos de ser possíveis transmissores do corona. A pergunta é: o que é maior? A vontade de sair ou o desejo de salvar a vida de seus pais? A vida de quem você ama depende dessa resposta.


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