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Coluna da Maga

Magali Moraes: caderno ou computador?

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

07/08/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS

Escrevo sempre no computador. Quase todos os dias. Também faço muitas anotações no bloco de notas do celular. Mas como é bom ter papel pra escrever! Será que eu ando nostálgica? Peguei a mania de ter um caderno na mesa de trabalho. Vou anotando coisas importantes em reuniões, a lista de tarefas do dia, um lembrete de algo pra resolver mais tarde, uma frase de efeito que alguém disse. Posso até rabiscar meus segredos porque ninguém vai entender a letra - nem eu às vezes. 

Talvez eu me sinta à vontade com esse caderno por estar trabalhando de casa. Sozinha, sem curiosos espiando por cima do ombro. Essa liberdade faz meus garranchos multiplicarem. Não respeito linhas e margens. As páginas em branco são só minhas. Parece que me organizo melhor mentalmente. Se precisar, volto atrás pra reler. Se quiser, desenho palitos. O que diriam os colegas se eu fizesse isso perto deles? Uma doida psicografando e pulando da tela pro papel, do papel pra tela.

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Ter um caderno ao lado do computador virou tão importante quanto os fones de ouvido para as reuniões. Já completei o primeiro e estou na metade do segundo. Gastei algumas canetas, o que era raro acontecer. Uma caneta sempre some dentro da bolsa. Em cima da mesa, eu sei onde está. Tenho uma caneca cheia delas. O bom de escrever em caderno é que dá pra mudar a cor da caneta e usar marca-texto. Sabe aquelas bem coloridas? Posso sublinhar até bobagens se ajudar a alegrar o dia. 

Esticando o braço, eu alcanço os post-its (também coloridos) e a caixinha com papéis soltos pra bilhetes. O computador vira um mural de recados pra eu mesma (como se as folhas em branco do caderno não fossem suficientes). Quando o expediente termina, fecho os dois. Recolho as canetas. Desligo o cérebro. Descanso os dedos. Na manhã seguinte, o ritual recomeça. No computador, a letra é bonita e as frases correm soltas. No caderno, escrevo no meu tempo. Sem querer, faço um diário.



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