Eu Sou do Samba
Liliane Pereira: "O samba e o Carnaval não podem ser um passe para o desrespeito à mulher"
Colunista escreve para o Diário Gaúcho às quintas-feiras
Sendo a comunidade carnavalesca parte da sociedade em que vivemos, precisamos enxergar o quanto as nossas atitudes dentro das escolas de samba, blocos e eventos sambistas e carnavalescos em geral influenciam em situações que resultam em cenas humilhantes e desrespeitosas contra uma mulher. Como as que aconteceram no julgamento do caso de estupro da influenciadora digital Mariana Ferrer, em que a vítima foi tratada como se estivesse no banco do réu.
Quando carnavalescos e simpatizantes definem o que pensam sobre as mulheres tendo como base suas roupas curtas, ou quando acham normal o fato de um homem passar a mão no corpo de uma passista porque ela está dançando de biquíni, estão do mesmo lado que agressores e estupradores.
Quando alguém apoia a ideia de apresentar uma integrante da escola para um empresário que poderá se encantar por ela e, por isso, bancar algum material que a agremiação precise, está ao lado da cultura do estupro e do machismo.
Cada pequena atitude do cotidiano cria um cenário favorável ou não para que homens de todos os níveis sociais entendam o que podem ou não fazer. O samba e o Carnaval não podem ser um passe para o desrespeito à mulher. Devem, sim, ser um meio de disseminar a cultura do respeito, em todos os seus sentidos. E se queremos que as coisas sejam diferentes, a mudança precisa começar nas nossas atitudes.
Dez anos de Padedê do Samba
Neste mês de novembro, o Padedê do Samba comemora 10 anos de existência. A data de fundação foi justamente quando se comemora o Dia do Mestre-sala, da Porta-bandeira e da Porta-estandarte. Não à toa, a escola que dá aula de todas essas artes foi registrada nesta ocasião.
E para comemorar esse momento, o Padedê vai realizar, amanhã, uma live comemorativa via Facebook, na qual os alunos atuais apresentarão trabalhos de pesquisa e outros que já passaram pela escola darão seus depoimentos. Além disso, também será feita uma retrospectiva com fotos e vídeos de momentos marcantes ao longo desses 10 anos.
Luto
A comunidade carnavalesca lamenta o falecimento de Miguel de Souza Filho, o Miguelzinho. Praianense, ele foi intérprete de grandes sambas na Verde e Rosa e nos deixou no dia 28 de outubro.
Aquele abraço
Um abraço forte para um grande fã da coluna que está de aniversário nesta sexta-feira (6), o Marcelo, dos tamborins dos Bambas da Orgia.