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Retomada

Com reabertura do comércio e serviços, oferta de vagas temporárias cresce 300% neste fim de ano no RS

Opções nas agências administradas pela FGTAS tiveram salto em outubro e novembro em relação a igual período de 2020

06/12/2021 - 08h29min

Atualizada em: 06/12/2021 - 08h30min


Bruna Oliveira
Bruna Oliveira
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Agência do FGTAS Sinos da Rua José Montaury, no Centro Histórico de Porto Alegre

A maior abertura do comércio e dos serviços com o fim das restrições e o consequente aumento na circulação de pessoas aqueceram a contratação de trabalhadores temporários para o fim de ano no Rio Grande do Sul. A oferta de vagas ganhou fôlego entre outubro e novembro, mostrando crescimento expressivo em relação ao ano passado, quando as atividades enfrentavam maior dificuldade.

Conforme levantamento da Fundação Gaúcha do Trabalho e da Ação Social (FGTAS), com base nos dados das agências administradas pela entidade, o aumento em outubro foi de 319,92% ante igual mês de 2020. Foram 2.318 vagas temporárias ofertadas no mês, contra 552 no mesmo período do ano passado. Em novembro, o salto, por enquanto, é de 264,1%. Os dados totais do mês ainda estão sendo consolidados. Eram 2.181 vagas até a atualização mais recente, enquanto em 2020 foram 599. Se analisarmos os dois meses em conjunto, o aumento é de 304% em comparação ao ano passado.

— É um grande sinal e vem aumentando significativamente também sobre 2018 e 2019, antes da pandemia. É a retomada, principalmente pelo andamento da vacinação, que potencializou a volta da economia — disse o diretor-presidente da FGTAS, Rogério Grade.

Como é tradicional em todos os anos, os setores de serviços e comércio foram os que mais ofertaram vagas de trabalho temporárias nos últimos dois meses. Como é tradicional em todos os anos, os setores de serviço e comércio foram os que mais ofertaram vagas de trabalho temporárias nos últimos dois meses. Segundo a FGTAS, a maior parte das oportunidades ficou concentrada em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana, como Novo Hamburgo e Nova Santa Rita, além da Serra e do Litoral.

 No comércio de Porto Alegre, a maioria das contratações já foi efetuada, mas a janela segue aberta. De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, as admissões até agora ficaram pelo menos 10% acima dos números de 2020.

— Teve um crescimento maior que o ano passado, mas foi dentro do esperado. A perspectiva de uma retomada fez esse movimento acontecer — afirmou Kruse.

A ampliação de temporários, acrescentou, estendeu-se a todas as áreas do comércio. Mas o maior volume das contratações no setor foi ocupado nas vagas para vendedores, estoquistas, caixas e também auxiliares de serviços gerais administrativos. Dependendo de como forem as vendas de Natal, é possível que parte permaneça nas lojas para cobrir férias.

Segundo o dirigente, muitas lojas já estão voltando aos números de 2019, o que indica um cenário de retomada. O Centro da Capital é a exceção, porém, já que muitos consumidores que transitam pela região seguem em trabalho remoto, fazendo com que grande parte das lojas de rua não tenham ainda voltado aos mesmos patamares nem de venda nem de clientes. 

Estimativas

Somente para os supermercados, a projeção da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) é de que o setor gere pelo menos 3,5 mil empregos temporários para o período de Natal, Ano-Novo e veraneio no Rio Grande do Sul. Cerca de 25% deverão ser efetivados.

Em setembro, pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) apontava que 33,4% dos estabelecimentos tinham a intenção de contratar temporários. Na avaliação do presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, a estimativa “mais equilibrada, mas nada frustrante” levava em conta o cenário econômico.    

— Temos uma inflação que corrói o salário das pessoas, além do juro alto e do desemprego. Isso tudo está deixando as pessoas cautelosas. Afeta tanto quem consome tanto quem contrata — disse Bohn.

Mas, segundo o dirigente, a perspectiva ainda pode ser melhor, já que as possibilidades de contratação estão no começo de dezembro.

— Tudo leva a crer que será um fim de ano muito bom. Inclusive com as indústrias empregando gente. Se isso acontece é porque o comércio está demandando mais itens — comentou Bohn.

Segundo dados da FGTAS, as vagas oferecidas em novembro na indústria somavam 320.

Cerca de 8 mil ofertas  à disposição

Quem segue em busca de uma oportunidade no fim de ano ainda tem chance de se candidatar. Na sexta-feira (3), a FGTAS contabilizava 1.416 vagas temporárias abertas nas 131 agências vinculadas ao Sistema Nacional de Emprego (Sine) que administra no Estado. Somando as contratações de caráter permanente, são mais de 8 mil oportunidades em aberto no Rio Grande do Sul.  

O perfil das vagas é abrangente: 67% não exigem experiência. Já 60% demandam algum tipo de escolaridade, que pode ser desde Ensino Fundamental completo ou mais, e cerca de 11% não exigem escolaridade.

— É uma oportunidade, principalmente para os jovens se inserirem no mercado de trabalho — diz Grade.

Capão da Canoa (404), Porto Alegre (234), Candiota (135), Nova Santa Rita (110) e Santana do Livramento (102) concentravam o maior número de vagas. Do total ofertado, 889 são para serviços, 195 para indústria, 175 para construção e 157 para o comércio.  

Grade frisa a importância de as pessoas procurarem as agências de emprego, até mesmo para buscar informações. Além das vagas, é possível ter acesso a cursos profissionalizantes gratuitos.  

— A agência é um braço de apoio à população. A gente reforça que as pessoas não deixem de buscar, que verifiquem as vagas no nosso site e procurem se informar. Sabemos que a população quer trabalhar, e muitas vezes tem a vaga e não se consegue preencher —completa.   


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