Luto e solidariedade
CFCs fazem carreata em protesto por assassinato de instrutor em Porto Alegre
Manifestação terminou no Cemitério Jardim da Paz, onde corpo de Rodrigo Turco Russo será enterrado
Instrutores de autoescolas de Porto Alegre realizaram, na manhã desta sexta-feira, uma carreata em protesto pela morte do colega Rodrigo Turco Russo, 30 anos, baleado por criminosos após assalto durante uma aula prática de direção na noite de quarta-feira. Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), cerca de 70 veículos participaram da manifestação.
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Os automóveis seguiram pela Avenida Bento Gonçalves e depois acessaram a João de Oliveira Remião, na Zona Leste, em direção ao Cemitério Jardim da Paz, onde ocorreu o enterro do corpo do rapaz às 10h. Conforme a EPTC, não houve transtornos no trânsito. Fiscais acompanharam a movimentação.
Por volta das 21h de quarta-feira, dois homens surpreenderam o instrutor e sua aluna com uma arma e anunciaram o assalto, no bairro Partenon, em um dos principais locais de aulas de direção da Capital.
Não houve reação, mas, segundo a polícia, o professor teria tentado recuperar uma mochila e acabou baleado na cabeça. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital São Lucas da PUCRS. Porém, teve a morte confirmada às 4h30min de ontem. A jovem não teve ferimentos. A dupla fugiu a bordo do automóvel, que foi encontrado na manhã de quinta-feira na Vila Céfer.
"Ele te fazia chorar de rir", lembra amiga de infância
A notícia da morte de Rodrigo Turco Russo arrasou os pais e a irmã, que preferiram não falar com a reportagem. Amiga de infância do instrutor, a estudante Fernanda Dias, 29 anos, lembra que se tratava de uma pessoa "leal, divertida e conselheira":
- Era o tipo de pessoa que te fazia chorar de tanto rir. Pela primeira vez, me fez chorar por tristeza. A última vez que eu tinha falado com ele foi para me dar parabéns porque eu passei no vestibular.
Russo chegou a cursar a faculdade de Psicologia, trancou, mas ultimamente pensava em retomar os estudos, recorda Fernanda. Já no CFC Atlântica do centro de Porto Alegre, onde trabalhou por quase nove anos, a comoção ficou estampada no rosto dos colegas. Alguns choravam copiosamente, outros pareciam petrificados. A agência ficou fechada durante a quinta-feira como forma de luto.
Veja o local onde ocorreu o assalto: